O melhor dos Pink Floyd pelos alunos australianos

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Alinhamento é baseado em grandes êxitos

Tem saudades dos Pink Floyd? O melhor é passar pela Aula Magna, em Lisboa, amanhã pelas 22.00. Não são os próprios mas a banda oficial de tributo, que é, curiosamente a mais antiga. Os Australian Pink Floyd começaram por brincadeira há 20 anos na Austrália mas logo perceberam que podiam levar a ideia mais a sério. "Nós dedicámos muito tempo ao projecto, mesmo a nível visual, e percebemos que valia a pena porque dávamos muitos concertos", começou por dizer o baterista Paul Bonney ao DN que justificou a existência da banda. "Éramos fãs deles, simplesmente, e como já tínhamos estado em outros projectos, arriscámos." E o que é certo é que ainda hoje sobrevivem.

Primeiro a Austrália, depois o mundo. Em 1993, sairam pela primeira vez de "casa", para participarem numa convenção de grupos de tributo aos Pink Floyd, em Wembley (Londres) organizada pela fanzine Brain Damage. "Havia muitas bandas mas nós não as conhecíamos. Entretanto, muitas também já acabaram. Foi interessante perceber que em todo o lado os Pink Floyd têm muitos entusiastas." O músico defende também que estar limitado à canções de um repertório já conhecido não é um problema. "É um facto que já muitas pessoas conhecem o Money ou o Another Brick In The Wall mas não é por isso que deixam de ser grandes canções. Nós tentamos reproduzi-las com o maior rigor e perfeição", explicou-nos.

Daí que nunca tenha sequer passado pela cabeça a ideia de juntar repertório original ou de outros nomes a um projecto que, desde o princípio, definiu bem o seu objectivo. "Não sabíamos quanto tempo iria durar a nossa carreira mas, actualmente, é a nossa profissão e consome-nos todo o tempo que temos."

"Oficializados" em 1996 (ver caixa), os Australian Pink Floyd reproduzem fielmente o que poderia ser um espectáculos dos seus "pais". Bonney explica que "o alinhamento consiste sobretudo em canções de The Wall e Dark Side of the Moon porque são essas que as pessoas querem ouvir". E aprofunda. "É uma produção muito grande. Temos muitas projecções que têm a ver com a imagem que os Pink Floyd sempre usaram". O baterista vai mais longe e assume que "a segunda metade da década de 70" é a sua favorita de uma obra que considera "quase sempre brilhante". Ou não fosse um fã assumido.

Para que tudo seja real, os Australian Pink Floyd "mudam muitas vezes o alinhamento", assume Bonney. "É uma maneira de nos desafiarmos e também de tornar um pouco nosso aquilo que não nos pertence", defende também. "As canções mais longas acabam por servir como surpresa e também como momento de reflexão."

No que o músico não acredita é numa possível reunião dos Pink Floyd "apesar da surpresa que foi o Live 8", lembra. "Não creio que seja possível porque já foi assumido que não há hipótese de voltar a juntar a banda", refere Todavia, a faceta de admirador volta a falar mais alto. "Como fã, gostava de os voltar a ver. Não sei se seria boa ideia voltarem a gravar mas há muitas pessoas que ainda os admiram e estão desejosas de voltar a ver um espectáculo deles."

Sobre a visita à Aula Magna, Bonney assume que "os Australian Pink Floyd preferem tocar em salas fechadas, como teatros" embora recordem a passagem pelo Sudoeste "como um dos melhores concertos em festivais de sempre". Tudo se passou no Verão passado perante um público composto por pessoas que, na sua maioria, têm a idade dos Australian Pink Floyd. "Também estamos cá para mostrar a obra dos Pink Floyd a quem não a conhece."

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