Há um traje dourado de Apolo e um vestido vermelho vivo de Isolda. Há uma vitrina repleta de sapatos de dança. E há largas fotografias de espectáculos da Companhia Nacional de Bailado. Mas à volta existe um hotel. É o Vila Galé Coimbra, última inauguração nacional do segundo maior grupo hoteleiro do País. A norteá-lo há uma decoração temática: a dança. E uma filosofia comum a todo o grupo: "estar sempre perto de si, o cliente", define o director da unidade da cidade dos estudantes, Joaquim Fernandes..A existência de uma decoração temática distintiva já é uma das imagens do grupo Vila Galé. "Tal como o cinema é o tema do hotel do Porto e a ópera o de Lisboa, em Coimbra foi escolhida a dança", explica Joaquim Fernandes. Assim, desde a recepção até aos outros espaços comuns do hotel (na Baixa da cidade, à beira do rio Mondego) estão espalhados modelos de sapatos, fatos, vestidos e fotografias de espectáculos, cedidos pela Companhia Nacional de Bailado e pela Academia de Dança Antiga de Lisboa..A dança é a face distintiva da unidade de Coimbra, inaugurada em Abril de 2010. Mas também há marcas que unem todos os hotéis e resorts Vila Galé: os restaurantes Inevitável, os spas Satsanga (expressão em sânscrito que significa "boa companhia") e os vinhos e azeites da Casa de Santa Vitória (projecto agrícola alentejano do grupo)..São nomes que estão espalhados pelo País, da mesma forma que o logótipo Vila Galé o está por 17 unidades hoteleiras (há mais três - Tejo, Sintra e Évora - em fase de projecto). O grupo presidido por Jorge Rebelo de Almeida - e que este ano celebra o 25.º aniversário - está no topo do sector turístico nacional e até é uma referência a nível internacional. Só no Brasil tem 4000 camas, estendidas por seis unidades (a última a nascer foi o Vila Galé Cambuco Resort Hotel, inaugurado em Outubro passado)..Mas, voltando a solo pátrio, o Vila Galé Coimbra foi o último grande investimento (22 milhões de euros). Com 229 quartos, é o maior hotel existente na faixa entre Lisboa e Porto - "um desafio" para o director Joaquim Fernandes, que deseja abranger "um bocadinho de cada mercado" [turismo de negócios, lazer, desporto ou até religioso] para corresponder às expectativas depositadas no projecto..O objectivo, no caso conimbricense, era claro: cobrir "uma lacuna" existente na oferta para realização de congressos e eventos de grande envergadura - sem abdicar dos outros mercados. O hotel tem capacidade para receber até 600 pessoas numa sala de reunião em plateia. "E assim Coimbra organiza eventos que antes não era possível fazer cá, até ser criado o Vila Galé", lembra o responsável..Joaquim Fernandes só pegou no hotel da "cidade dos estudantes" meio ano após a sua abertura. Mas tal experiência não é inédita para ele. Já fizera algo igual no madeirense Vila Galé Santa Cruz, do qual assumiu a direcção em Julho de 2006, cinco meses após a inauguração. E com sucesso. "Na Madeira, a experiência foi muito gratificante. E aqui também há uma resposta muito positiva por parte dos clientes. É sempre bom ver que o nosso menino está a começar a andar", lembra o director..De resto, enquanto o menino de Coimbra dá os primeiros passos, o grupo Vila Galé - que começara a gatinhar em 1986 - já corre veloz. Apesar da crise, que "afecta sempre", a empresa não ter parado de crescer. O Brasil, "com um mercado interno muito forte", tem ajudado a isso. Mas Portugal não está esquecido: em Paço de Arcos, no Palácio dos Arcos, vai nascer "o primeiro cinco estrelas do Vila Galé em Portugal", revela Joaquim Fernandes. Quanto a mais expansão, "vai depender das oportunidades que apareçam", mas seguindo a máxima habitual: "Sempre perto de si.".-----------------------.O 'Made in Portugal DN', iniciativa que tem por objectivo divulgar o que de melhor se faz no País, entra numa nova fase: mensalmente, passaremos a apresentar-lhe um sector de actividade específico, com os seus êxitos e particularidades. Setembro é mês de analisar o sector turístico: chamamos à discussão as figuras mais relevantes que desenvolvem a sua actividade nesta área de negócio.