Nascido em Portland, no Oregon, há 53 anos, no seio de uma família de raízes norueguesas e alemãs, Matt Groening começou por ser cartoonista, como o pai. E se hoje é um dos nomes mais influentes no mundo do entretenimento norte-americano, o caminho não deixou de ser árduo..O passo decisivo na sua carreira deu-se em 1977, quando se mudou para Los Angeles, aos 23 anos, com a ideia de se tornar escritor. A dureza desses primeiros tempos inspirou uma tira cómica que fotocopiava para os amigos e cujo título não podia ser mais esclarecedor: Life in Hell (A vida no Inferno). Foi justamente essa tira, que entretanto começou a publicar em jornais (e que ainda hoje desenha todas as sextas-feiras), a abrir-lhe o caminho para o que viria a ser Os Simpsons, uma das mais longas e premiadas séries da televisão americana..Em 1985, impressionado com o humor cáustico de Groening, o produtor James L. Brooks propôs-lhe uma versão animada de Life in Hell, para passar em segmentos curtos no The Tracey Ullman Show. Diz a lenda que Groening, enquanto esperava por uma reunião criativa com Brooks, esboçou em 15 minutos o núcleo central da família Simpson e pôs em marcha um dos maiores fenómenos da cultura popular das últimas décadas. Curiosamente, os nomes das personagens principais foi buscá-los à própria família: o pai chama-se Homer; a mãe, Marge; e as duas irmãs mais novas, Lisa e Margaret (Maggie). Só escaparam os irmãos mais velhos, Patty e Mark (em quem diz ter-se inspirado para a figura de Bart)..Mas se Os Simpsons foram um ovo de Colombo, o mesmo não se pode dizer de outros projectos de Groening. Entre vários falhanços, só conseguiu impor Futurama, uma ficção científica passada no ano 3000, que lhe deu um Emmy - contra os nove arrecadados com a família amarela.| J. M. S. e LISA POOLE-AP (imagem)