"O Gerente da Noite": "Um James Bond mais complexo"

Tom Hollander, ator da série que marca o regresso de Hugh Laurie e se estreia quarta-feira, fala ao DN
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Um thriller dramático que mistura crime, espionagem, tráfico de armas, traição e política. São estes os principais elementos de O Gerente da Noite (The Night Manager), a minissérie de seis episódios que se estreia em Portugal amanhã no AMC (disponível na Meo e Cabovisã), pelas 22.10. Mas há mais para ver na trama britânica da BBC baseada no bestseller homónimo de John Le Carré e que marca o regresso de Hugh Laurie, o eterno Dr. House, à ficção televisiva.

Quem o diz é Tom Hollander, um dos principais atores de O Gerente da Noite, em exclusivo ao DN. "Foram todos esses elementos que me fizeram aceitar este desafio. Mas há muito mais. Há boas piadas, a eterna luta entre o bem e o mal. E há glamour. Glamour cinematográfico. Diria que esta série é como um filme do James Bond mais complexo psicologicamente".

Gravada ao longo de cinco meses em Londres, Marraquexe, Palma de Maiorca e Suíça, O Gerente da Noite centra-se em Richard Roper (Hugh Laurie), tido como "o homem mais odiado do mundo" e o perigoso líder de um império de tráfico de armas, com ligações com os governos britânico e norte-americanos. Pronto para detê-lo e destruí-lo está Jonathan Pine (Tom Hiddleston), ex-soldado recrutado por um agente secreta para se infiltrar no mundo e no círculo de confiança do vilão.

Na trama inspirada pela obra de Le Carré, lançada em 1993, Tom Hollander intepreta Mayor Corcoran, braço-direito de Hugh Laurie e seu principal parceiro no crime. "Ele é um dos maus, claro. Mas de certa forma, ele até é um homem bom, porque diz sempre a verdade. E isso acontece com muito pouca gente nesta série. Ele nunca mente", conta ao DN o ator britânico de 48 anos que já entrou em filmes como Orgulho e Preconceito, Gosford Park e na popular saga Piratas das Caraíbas.

Tom Hollander conta que não leu a obra de Le Carré e que se inspirou no argumento da série para compor a sua personagem. Mas não só. "Inspirei-me num amigo meu, acho que ele é como a minha personagem, para além de se vestirem da mesma forma. E fi-lo andar e movimentar-se de acordo com o seu passado como soldado. Ah, e também fui fazer umas lições de boxe", conta, entre risos.

Quanto a Hugh Laurie, Tom Hollander frisa que já conhece o ator há vários anos. "Há muito tempo. Começámos a trabalhar juntos num filme em 1999, Maybe Baby, e desde então encontramo-nos de forma ocasional", adianta.

O ator sublinha que, numa altura em que séries como Downton Abbey, The Fall ou Sherlock têm tido grande impacto mundial, a ficção britânica tem evoluído de forma ímpar nos últimos anos, alavancada pela crescente popularidade da ficção televisiva. "Estamos a viver uma fase interessante e entusiasmante na TV. Há mais dinheiro e ambição do que alguma vez houve no pequeno ecrã. Muito do talento e da energia que existia no cinema está agora na televisão, que agora consegue oferecer trabalho regular a muitos atores. Nem sempre foi assim. Quando iniciei a minha carreira, certamente não era", explica.

Ainda assim, Tom Hollander já não distingue filmes e séries como dantes. "Tanta coisa mudou. As pessoas já veem TV e cinema no mesmo aparelho, seja ele um computador ou na TV. Antes só se viam filmes num ecrã gigante. E isso faz com que os dois se tornem igualmente exigentes na busca por um estilo de representação de qualidade e dinâmico, remata o britânico ao DN.

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