O festival que aumenta a realidade de Lisboa

Entre amanhã e dia 10 - com passagem pelo Web Summit - o New Art Fest junta arte e tecnologia nas ruas de Lisboa
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A partir de amanhã, se entrar na livraria Sá da Costa, em Lisboa, e encontrar um determinado livro de Fernando Pessoa que o convida a apontar-lhe o telemóvel e abrir a aplicação (que pode descarregar gratuitamente) Layar, ouvirá a voz de João Villaret a declamar Tabacaria, de Álvaro de Campos. A livraria será um dos vários pontos de realidade aumentada que, entre amanhã e o dia 10 deste mês, se abrem em Lisboa numa espécie de porta de perceção que se chama The New Art Fest. Esta secção, Second City, é uma das sete da primeira edição do festival de novos media que explora a inovação cognitiva nas artes contemporâneas e a sua ligação com a tecnologia.

Em Second City, explica o diretor artístico do festival, António Cerveira Pinto, o objetivo é "lançar a discussão de até que ponto é possível criar uma espécie de segunda cidade virtual, composta de sons, imagens, etc., em que o menu de entrada não é o do meu computador ou telemóvel, mas o da própria cidade. São as próprias esquinas, os próprios elementos da cidade que podem transformar-se numa espécie de portas da perceção".

Passeie pela Praça Luís de Camões e espreite para a montra da loja Diesel. Vai encontrar um painel digital com uma obra de Miguel Palma, um dos cerca de 40 artistas participantes. Na Vista Alegre está Carlos Noronha Feio. Esta é a secção Bit Street, que espalha painéis digitais pela zona do Chiado e ecrãs no redondel da entrada do Mercado da Ribeira, onde estará um vídeo a 360º de Axel Morin.

Não é coincidência que o New Art Fest coincida com os dias em que Lisboa recebe cerca de 50 mil participantes na Web Summit, de dia 7 a dia 10. Por proposta da organização do festival, haverá três obras no pavilhão da conferência de tecnologia. Todas elas de artistas portugueses. "Uma instalação interativa de realidade virtual de André Sier e um vídeo de Margarida Sardinha", adianta Cerveira Pinto, explicando que não pode revelar ainda o terceiro nome, por motivos técnicos. As obras só poderão ser vistas pelos participantes na Web Summit.

No Museu Nacional de História Natural e da Ciência (MNHNC) há uma exposição e projeções audiovisuais para ver. Na sexta-feira, às 21.30, Alexandra Cárdenas e Ryan Kirkbride produzem música em tempo real, numa performance de live coding no Time Out Studio, no Mercado da Ribeira. No dia 10 há um seminário no MNHNC, com uma conversa com o artista Rudolfo Quintas e um painel em torno de arte cognitiva avançada.

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