O eterno "clima Fla-Flu" entre Dilma e os media brasileiros

Um recado entre jornalistas publicado indevidamente numa entrevista da Reuters reabriu a guerra entre partido do governo e oposição - ambos dizem que imprensa serve partidos.
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Cinco palavras e uma vírgula entre parêntesis publicadas por descuido numa entrevista da agência britânica Reuters ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, reserva moral do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), bastaram para reacender a faísca na eterna guerra, ou, adotando a metáfora brasileira, no "clima Fla--Flu", entre o governo do Partido dos Trabalhadores (PT) e a oposição, liderada pelo PSDB, sobre a partidarização dos meios de comunicação no Brasil.

No que deveria ter sido apenas um recado interno, um jornalista indicava a outro "(podemos tirar, se achar melhor)", sobre um parágrafo em que se recordava que um dos operacionais do escândalo de corrupção da Petrobrás disse que o caso começou no governo de Cardoso e não nos de Lula da Silva e Dilma Rousseff, ambos do PT. Por lapso, a observação não foi retirada, alimentando a convicção antiga nas hostes do governo de que existe uma campanha contra si e a favor do PSDB nos principais media.

Quando a Reuters assumiu que foi "uma frase publicada acidentalmente destinada ao jornalista que fez a entrevista", no caso Brian Winter, autor de um livro de memórias de Cardoso, já simpatizantes e militantes do PT se indignavam em blogues e sites espalhados pela internet, a ferramenta mediática que o governo usa, e patrocina, para contrariar a chamada "grande mídia", constituída pelos principais grupos de comunicação brasileiros, por norma, hostis às gestões de Lula e de Dilma no Planalto.

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