O cemitério que os cirurgiões carregam dentro deles
Chegou a trabalhar como auxiliar de ação médica num hospital. Foi nessa altura que decidiu tornar-se médico?
É verdade, num bloco operatório. Estava a passar por uma espécie de crise na minha vida. Tive uma educação típica de classe média alta inglesa. Aprendi latim e grego antigo durante muitos anos, mas praticamente nada de ciência. Acabei por ir para a Universidade de Oxford estudar Política, Filosofia e Economia. Por várias razões, revoltei-me contra isso e fui-me embora. Enquanto estava a trabalhar num hospital como auxiliar vi cirurgiões a operar e achei fascinante. Mas não descobri o meu amor pela neurocirurgia nessa altura. Foi depois, quando já era médico há um ano e meio e ainda não sabia o que fazer com a minha carreira. Nunca tinha visto uma cirurgia ao cérebro durante o curso de Medicina e, quando vi uma operação a um aneurisma, foi amor à primeira vista. Tive uma epifania. Era o que queria fazer. Tive muita sorte. Temos muita sorte se tivermos uma profissão pela qual estamos profundamente apaixonados. Mas ter uma obsessão como esta torna-nos pessoas com quem é difícil viver. Nunca me arrependi de me ter tornado neurocirurgião, embora às vezes seja muito difícil e doloroso.
Continue a ler esta entrevista na Notícias Magazine.