O Cazaquistão celebra o Dia da Capital
Durante o corrente ano de 2021 a República do Cazaquistão completará trinta anos como nação independente. Para além desta efeméride relevante para aquele país da Ásia Central, completar-se-ão dois anos de uma transição de poder simbólica, mas significativa. De facto, foi em junho de 2019 que o atual presidente Kassym-Jomart Tokayev recebeu um mandato de confiança dos seus concidadãos tornando-se o segundo Chefe de Estado, ao suceder ao mítico Nursultan Nazarbayev, fundador da república e o político que verdadeiramente edificou e moldou o sucesso económico e político do país mesmo ainda antes da sua independência, em dezembro de 1991.
Um dos principais sucessos do Cazaquistão, provavelmente o de maior visibilidade, foi a construção da sua nova capital - a cidade de Astana - entretanto rebatizada de Nur-Sultan. Em pouco tempo, surgiu uma cidade moderna, que se transformou na marca mais conhecida do Cazaquistão a nível interno e, sobretudo externo. Tornando-se o centro do país em 1997, é a mais jovem capital do mundo. O dia 6 de julho é celebrado no Cazaquistão como o Dia da Capital. Já em 1999, a cidade alcançou reconhecimento internacional ao ser agraciada através do prémio "Cidade da Paz" conferido pela UNESCO e que é concedido às cidades que alcançam grandes resultados no seu desenvolvimento socioeconómico, político e cultural. Para além do grande centro administrativo, Nur-Sultan é sobretudo o símbolo da independência e do desenvolvimento do país. A cidade tornou-se uma plataforma atrativa para eventos políticos e culturais internacionais.
O Cazaquistão representa um caso ímpar de sucesso entre as antigas repúblicas que obtiveram a sua independência após a implosão da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) em 1991. Os enormes avanços que se registaram nos mais diversos domínios, desde a política, à economia e sociedade, passando pela cultura ou o desporto são disso efetivo e objetivo testemunho prático e não deixam assim lugar a dúvidas.
Foi longo o caminho, mas indubitavelmente de grande sucesso. Tratou-se de moldar o destino do país através de uma visão estratégica arrojada e da sua operacionalização. Tal conduziu o Cazaquistão, de uma obscura república soviética subdesenvolvida e sobre-explorada, na direção de um país vibrante, moderno e desenvolvido.
Foram inúmeras as conquistas do Cazaquistão ao longo destes anos. Designadamente ao desistir de todas as armas nucleares estratégicas, uma herança pesada e tóxica da URSS; ao atrair avultados investimentos ocidentais na exploração de petróleo e gás natural e assim pavimentar o caminho na direção de uma economia de mercado e a um enorme desenvolvimento económico e social; ao cultivar boas relações diplomáticas simultaneamente com a Rússia, a China e o Ocidente, uma questão fundamental para estabelecer os equilíbrios necessários para pugnar pela estabilidade e pelo desenvolvimento; ao seguir o caminho de um amplo reconhecimento internacional, tornando-se membro de várias Organizações Internacionais a nível regional e mundial e, finalmente, ao advogar uma política de tolerância e cooperação interétnica, atitude política sábia se analisarmos a composição étnica da nação.
É esta última conquista que também distingue positivamente o Cazaquistão relativamente a outros países que sofrem com conflitos interétnicos quantas vezes fratricidas. Esta atmosfera amigável foi facilitada pela decisão do Governo de Nursultan Nazarbayev, em 1995, ao criar a "Assembleia do Povo do Cazaquistão" (ANC). A ANC desempenha um papel importante na definição da vida política do país ao lhe ser conferido um estatuto constitucional e está representada no principal corpo legislativo do país o "Majilis" - Câmara Baixa do Parlamento Cazaque. Efetivamente, o grupo ANC é representado por 26 deputados, que cobrem com sua atenção uma variedade de problemas do estado e apresentam projetos de lei que visam melhorar a qualidade de vida da população. Refira-se que o Parlamento do Cazaquistão reúne atualmente todos os grupos étnicos maioritários do país: cazaques, russos ou ucranianos, bem como outros representantes étnicos menos expressivos numericamente como sejam o caso dos Azeris, Arménios, Dunganes, Coreanos, Uzbeques, Uigures e Chechenos, entre outros.
Não é assim de estranhar que, ao longo destes anos o Cazaquistão se tenha tornado membro de importantes e influentes organizações internacionais tais como a ONU, a OSCE, a OCDE, a Organização de Cooperação Islâmica, a Organização de Cooperação de Xangai, a Comunidade dos Estados Independentes, a União Económica da Eurásia e a Organização do Tratado de Segurança Coletiva (TashkentPact). O caso da OSCE é particularmente relevante já que o Cazaquistão, ao ser o maior país do mundo sem costa marítima, tem uma parte do seu território a ocidente do Urais tornando-se também, por essa via, num país europeu.
Mas o que verdadeiramente impressiona no Cazaquistão são as suas realizações no capítulo económico-social. No início deste milénio o país estabeleceu como meta alcançar o patamar do desenvolvimento económico que permitisse alcançar o nível dos países desenvolvidos do mundo. Neste período, o volume do PIB aumentou dezoito vezes, o rendimento per capita aumentou nove vezes e o nível de pobreza foi reduzido dez vezes. A atração de Investimento Direto Estrangeiro é igualmente impressionante - o Cazaquistão atraiu mais de US$ 350 billions captando 70% do fluxo de investimento canalizado para a Ásia Central
Em suma, analisando este impressionante percurso nos trinta anos de independência podemos afirmar, com segurança, que o país escolheu estrategicamente o caminho correto. Acreditamos que, apesar de poder evoluir ainda muito mais, o Cazaquistão, pelo seu equilíbrio, a sua posição geopolítica, a sua estabilidade e desenvolvimento, pode orgulhar-se do que alcançou e de se constituir num exemplo para tantas outras nações.
Deputado