O casal Clinton e o Haiti, uma relação muito especial
Bill e Hillary Clinton têm há muito uma relação especial com o Haiti, que vai para além dos papéis oficiais que agora representam no esforço global para ajudar as vítimas do sismo de há uma semana. Foi neste país que passaram a sua lua--de-mel em Dezembro de 1975. A viagem, oferecida por um amigo, ficou para sempre na memória. "É algo pessoal para nós", disse Bill, que ontem chegou ao Haiti, como enviado especial da ONU.
A Catedral Nacional, que ele e a mulher visitaram na altura, ficou destruída pelo sismo. Hillary, escreveu o Washington Post, adora arte haitiana e usa-a mesmo para decorar a sua casa. O casal voltou várias vezes ao país durante as décadas seguintes e Bill Clinton tornou-se, em 1995, o primeiro comandante-chefe a ir ao Haiti desde Franklin D. Roosevelt.
Falhou, porém, em atingir o objectivo de conseguir o desenvolvimento económico do país. A sua Administração interveio, em 1994, para reinstalar no poder o presidente Jean-Bertrand Aristide, a seguir a um golpe de Estado. As tropas norte-americanas saíram do país dois anos mais tarde, deixando para trás um terreno fértil em criminosos e traficantes de droga.
Ao longo dos anos, em várias ocasiões Bill e Hillary têm participado em recolhas de fundos para ajudar o povo do Haiti - o primeiro país a libertar-se da escravatura ainda no século XIX.