O Brasil a crescer

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O Brasil continua a ser hoje um país com desigualdades sociais muito acentuadas, embora o quadro global se tenha alterado profundamente na última década. Em linguagem técnica, milhões de brasileiros ascenderam à classe média e esse facto teve um enorme impacto no consumo e na realidade económica do país.

Vejamos o caso do mercado televisivo. Há oito anos o Brasil tinha "apenas", e aqui "apenas" é mesmo o termo adequado, dois milhões de lares com acesso a televisão paga. Hoje são já 18 milhões, o que equivale a uma população de quase 50 milhões de pessoas. A estimativa de crescimento aponta para que nos próximos cinco anos seja atingida a marca dos 25 milhões e, na realidade, não estamos apenas a falar de lares no sentido de casas, porque há num território com a dimensão do Brasil milhões de lugares públicos - lojas, restaurantes, cafés ou lanchonetes como se diz por lá.

Este negócio em crescimento acelerado, no país que já ultrapassou hoje os 202 milhões de habitantes e que, apesar de alguns sobressaltos, continua com uma economia com potencial e com uma classe média em crescimento, está a ser seguido com a atenção por players brasileiros e internacionais.

Numa notícia que julgo ter sido pouco divulgada em Portugal, a Oi, liderada por Zeinal Bava e em fase final de fusão com a portuguesa Portugal Telecom, fez no final do mês passado um acordo para a distribuição da TV Globo e dos canais da Globo Globosat (como os nossos conhecidos GNT ou Multishow).

Bava aposta na transmissão em HD e na possibilidade de gravar agora e ver mais tarde, dando ao espectador brasileiro uma ferramenta já usada nos mercados tecnologicamente mais avançados.

A Oi, que não chega ainda ao milhão de subscritores, é uma das operadoras que querem e vão crescer e a distribuição de conteúdos será, por certo, uma das armas a usar.

Se a televisão paga é um bom negócio para plataformas, canais e mesmo para os investidores publicitários em todo o mundo, no Brasil com este ritmo de crescimento tudo isso é e será uma realidade ainda mais poderosa.

RTP 2 a norte

A decisão de colocar a RTP2 no Centro de Produção do Porto tem com certeza riscos, mas está tomada e é um bom desafio para a excelente equipa que a RTP tem a norte. A Informação dará, como sempre deu, uma boa resposta e nos programas, com os devidos ajustes, os profissionais se tiverem meios e condições também estarão à altura. Agora é preciso uma ideia. Elísio de Oliveira (o novo diretor do canal 2) não é um programador mas é um homem de televisão, experiente, com bom senso e capacidade de gestão. Mãos à obra!

Um problema

Embora continue a ser a estação líder das audiências em Portugal e a dominar o sábado e o domingo, a TVI tem mesmo um problema sério no seu horário nobre de segunda a sexta-feira, onde as três novelas da SIC, uma portuguesa e duas brasileiras, vencem folgadamente as duas novelas e a série portuguesa da TVI. Nesta luta a RTP, com Bem-Vindos a Beirais e com Quem Quer ser Milionário apresenta resultados interessantes. Temos um desafio à altura do talento e da capacidade de José Eduardo Moniz.

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