O 'libertino' regressa a Portugal
Peter Doherty, um dos fundadores dos extintos The Libertines e o actual líder dos Babyshambles, actua hoje na Queima das Fitas do Porto. Tocará porém sem nenhuma destas bandas, uma vez que continua a apresentar ao vivo Grace/Wastelands, o seu primeiro álbum a solo, editado em Março deste ano.
Goste-se ou não da música e da atitude em público de Doherty, uma figura tão controversa como a sua amiga Amy Winehouse (embora menos conhecido), a verdade é que é difícil negar a influência dos seus The Libertines. A prová-lo estão as dezenas de bandas indie nascidas no Reino Unido desde que o NME elegeu o grupo para o cargo de salvadores do rock britânico, há mais de cinco anos. Mas de então para cá, muito mudou.
Hoje, com apenas 30 anos, o cantor e compositor é uma presença regular nas páginas dos tablóides britânicos, pelas piores razões. Tudo começou antes ainda do seu antigo grupo se ter desintegrado, quando foi preso pelo assalto à casa do seu companheiro de banda, Carl Bârat. Mas foi o seu romance com a modelo inglesa Kate Moss que o levou para as primeiras páginas de alguns jornais generalistas, ainda em 2005. Isso e os constantes escândalos, bem como o muito documentado abuso de substâncias ilícitas.
Por outro lado, esta não é a primeira vez que o cantor visita Portugal, mas será a sua estreia na cidade do Porto. Antes, passou por Paredes de Coura, no Verão de 2007, com os Babyshambles, e mais tarde pelo Lux, em Lisboa, em Janeiro de 2008, com a mesma banda. De resto, esta será não só a sua primeira visita ao Porto, como também a sua estreia a solo em palcos nacionais.
O recente Grace/Wastelands deverá por isso dominar o alinhamento da actuação. No novo disco, o músico reuniu vários temas assinados ao longo dos anos, incluindo algumas canções publicadas online quando ainda tocava com Carl Bârat nos The Libertines. No entanto, o resultado final é muito coeso, fazendo esquecer Shotter's Nation, de 2007, o segundo disco dos Babyshambles.
Entre os responsáveis pelo êxito deste primeiro álbum a solo, encontram-se o produtor Stephen Street e Graham Coxon, dos Blur. De resto, os trabalhos a solo do guitarrista podem ser apontados como um ponto de referência para um registo maioritariamente acústico, onde as drogas, que já foram as grandes musas de Doherty , inspiraram menos temas. Ao mesmo tempo, o amor do músico pela sua Inglaterra também foi substituído por um certo desencanto.
O cantor britânico sobe ao palco do Queimódromo pelas 24.00, depois da actuações dos portugueses Expansive Soul, agendada para as 22.00. Os preços dos bilhetes oscilam entre os oito euros, para estudantes, e os 14 euros, para o público em geral.