O 'caneco'
1. A vitória do Sporting sobre o Newcastle, que lhe permitiu passar brilhantemente às meias-finais da Taça UEFA e assim (depois do FC Porto em 2002 -2003 e 2003-2004) manter o futebol português num altíssimo patamar europeu. Sendo que agora, com a final da prova a disputar-se em Alvalade, a esperança cresce como é natural, e o "caneco" pode ficar por cá. Esperemos bem que sim.
2. O desempenho de José Peseiro à frente da equipa sportinguista. Um desempenho inicialmente muito contestado, como se sabe, mas que o ex-treinador do Nacional da Madeira e ex-adjunto de Carlos Queirós no Real Madrid soube elevar a nível muito superior ao previsível, com a conquista do título de campeão nacional a depender apenas de si (se ganhar todos os jogos até à final da Superliga é campeão) e o tal "caneco" europeu igualmente à sua mercê. Chapeau!
3. A confirmação de João Moutinho como um jogador de alta competição, resistindo como se tem visto à glorificação de que tem sido "vítima", e superando até as altas expectativas que assim foram criadas a seu respeito. Um grande craque sem dúvida, a acrescentar aos Manuéis Fernandes e outros que por cá se afirmam e confirmam.
4. Num momento em que, pelo que pode ler-se, Luís Figo ainda "continua a ponderar o (seu) regresso à selecção", uma nota de Rui Hortelão no Correio da Manhã, no qual escreve, entre outras coisas relacionadas com o tema, o seguinte "Na selecção, foi contra Deco, fez birra quando foi substituído frente à Inglaterra (só os figomaníacos acreditaram nas orações à N. S. de Fátima) e, após a tragédia grega, renunciou à equipa de todos os portugueses. Faltou-lhe, porém, coragem para dizer se o abandono era temporário ou definitivo. Coragem para assumir que os seus interesses eram mais importantes (do que o interesse da selecção). (...) Mas a época no Real Madrid correu mal. (...) Inteligente, pondera (pois) voltar. (...) É indiscutível que a selecção precisa de um líder e Figo sabe sê-lo - mas, como já o provou, só quando joga sempre e é intocável. Uma pena (porque) ainda pode ser muito útil. Agora, se voltar igual, não faz falta. Porque um regresso assim só o beneficiaria a ele." Rui Hortelão tirou-me, sem dúvida, estas palavras da boca.
5. A grande performance de João Lagos, que conseguiu trazer o Dacar para Lisboa.
António
Tavares-teles
Jornalista
1. A semana de Pinto da Costa. À qual, para ser completamente negativa, só faltava mesmo a "manchete" do Expresso de ontem - "Juíza do 'Apito Dourado' compromete o presidente portista" - e o teor da notícia que se segue "Ana Cláudia Nogueira concluiu que Pinto da Costa é pessoalmente responsavél por ofertas a árbitros, incluindo o serviço de prostitutas", etc., etc., etc. E digo só faltava tal manchete, e tal notícias, porque nestes últimos dias Pinto da Costa conseguiu ver desvendada uma démarche sua na Holanda para contratar um treinador - Co Adriaanse - a fim de substituir José Couceiro no final da época e, par là, instabilizar mais do que estava a já instabilizada equipa portista, que no entanto ainda mantém - se bem que curtas - algumas hipóteses de vencer a Superliga. Em tudo isso, veleu-lhe a hombridade do seu actual treinador, que logo (apesar de tudo) o cobriu - "Sei qual é a minha função e sei o que esperam de mim" - mantendo pelo menos as aparências. Mas lá que foi um episódio triste, foi.
2. A (também ela triste) declaração de Petit após o jogo do Benfica com o Rio Ave, o esboço de desculpa do seu jogador por parte de Luís Filipe Vieira ("Tratou-se de uma declaração a quente"), o pedido de desculpa (através de um comunicado) do próprio Petit, mas sobretudo a reincidência do presidente benfiquista no erro, ao vir declarar que "Petit (afinal) disse o que se sabe e pensa", voltando a lançar o odioso sobre os jogadores vilacondenses. Enfim...
3. O igualmente triste efeito dessa derrota dos encarnados, desta vez nas suas relações com o Sporting, já que o mesmo Luís Filipe Vieira voltou à animosidade antiga "No Benfica, não andamos aos saltos e abraços com os árbitros", numa clara alusão ao aperto de mão de Eduardinho (adjunto sportinguista) ao árbitro Elmano Santos, seu conterrâneo, no recente Sporting-FC Porto. E lá se foi a Santa Aliança!... Quanto à qual, e quanto á actual zanga, estou como Bernardo Ribeiro, no Record "Terá valido a pena tanta instabilidade e perder Ribeiro Teles... por isto?" É verdade.
4. O parecer da Alta Autoridade para a Comunicação Social relativamente à compra da Lusomundo pela Controlinveste e, a proposta da mesma AACS, da venda d'O Jogo outra tristeza (outra inconsequência, outra irresponsabilidade).
5. A ideia de Trapattoni de que os seus jogadores não devem ler jornais, porque "não têm equilíbrio psicológico para isso"...