Números, só números
As temperaturas médias a nível global aumentaram cerca de 1,2ºC desde a era pré-industrial (c. 1850);
Nos últimos 62 anos, registou-se um aumento de 30% da concentração de dióxido de carbono na atmosfera;
Desde 1991, emitimos mais CO2 do que em toda a história da humanidade;
A quantidade de emissões de CO2 praticamente duplicou de 2000 até hoje, passando de mil para 1.700 gigatoneladas;
Para atingir as metas climáticas, as emissões de CO2 per capita devem ser de uma tonelada por ano; actualmente, são 17,1 toneladas nos EUA, 15,4 toneladas no Canadá, 14,9 toneladas na Austrália, 6,6 toneladas na China;
Os EUA têm 4% da população mundial, mas são responsáveis por 25% das emissões causadoras das alterações climáticas globais;
Os povos indígenas têm 5% da população mundial, mas vivem em regiões onde se encontra 80% da biodiversidade do planeta;
Cerca de 90% das emissões de CO2 que perfazem o nosso "orçamento de carbono" já foram emitidas;
A partir de 2021, com 1,1º C de aquecimento global, ultrapassámos o valor mais alto da temperatura média global à superfície da Terra desde que saímos da última Idade do Gelo;
Cerca de 20% do CO2 que emitimos actualmente permanecerá na atmosfera daqui a 10 mil anos;
O CO2 é responsável por cerca de 90% do aquecimento adicional no século XXI;
Entre 1945 e 2000, o número de habitantes da Terra triplicou e, ao ritmo actual, prevê-se que a população humana atinja os dez mil milhões em 2050, dos quais dois mil milhões sofrerão de fome ou deficiência nutritiva;
Estima-se que, até 2070, 19% do planeta, onde vivem três mil milhões de pessoas, poderá ser inabitável;
Estima-se que, por cada aumento de 1ºC de temperatura, os conflitos humanos tendem a crescer 10 a 20%;
Até 2050, 1,2 mil milhões de pessoas poderão ser forçadas a migrar, 20% das quais para fora dos seus países ou regiões;
Em 2050, 3,5 mil milhões de pessoas poderão sofrer de insegurança alimentar;
Nos próximos 50 anos, teremos de produzir mais alimentos do que em toda a história da humanidade;
Um terço dos alimentos mundiais são desperdiçados;
Os alimentos desperdiçados dariam para alimentar quatro vezes os 815 milhões de seres humanos que passam fome ou sofrem deficiência alimentar;
Em 2040, 4,5 mil milhões de pessoas viverão em países onde a água será um recurso escasso e mais de mil milhões fugirão de Estados falhados ou ecologicamente destruídos;
A produção alimentar é responsável por 18,4% dos gases com efeito de estufa, a que acresce 1,7% de gases emitidos pela maquinaria necessária à agricultura e pescam 1,2% pela indústria de fertilizantes, 2,2% pela indústria de químicos, o que perfaz uma emissão global de 23,5%;
Com os métodos actuais da agricultura (mecânica, químicos), as terras de cultivo perdem solo arável duas a cinco vezes mais depressa do que aconteceria de modo natural;
A agricultura consome mais de 70% da água doce disponível, maioritariamente de rios e lençóis freáticos;
11% da superfície terrestre é utilizada para a produção alimentar, projectando-se, até 2030, um aumento de 1,4% da ocupação de solo para agricultura;
Por ramos de actividade, a produção de carne e o seu processamento representam 45% das emissões de gases com efeito de estufa;
Enquanto os animais domésticos produzem 175 milhões de toneladas de carbono, todos os animais selvagens produzem cinco milhões de toneladas;
Nas últimas quatro décadas, a concentração de óxido nitroso na atmosfera aumentou 30%;
Na zona mediterrânica, cerca de 50% dos fertilizantes aplicados perde-se, sob a forma de nitrato, e vai para aquíferos e ribeiras, ou é arrastado pelas enxurradas;
O consumo médio global de carne nos países europeus corresponde, por ano, a cerca de 60 a 80 quilogramas per capita; em Portugal, o valor médio dos últimos cinco anos é de 115 quilos, o que corresponde a uma ingestão média diária de 300 gramas de carne;
Enquanto os restantes países europeus, em média, tendem a diminuir a quantidade de carne da dieta, Portugal, em 30 anos, duplicou o consumo anual, de 58 quilos, em 1980, para 119 quilos, em 2019;
O consumo de carne na China triplicou nos últimos 30 anos;
A substituição de 25 a 30% dos alimentos de origem animal por alimentos de origem vegetal, numa base energética dietética comparada, reduziria 40% das emissões de nitrogénio, 25 a 40% das emissões de gases com efeitos de estufa e 23% de área de terras cultiváveis para produção;
Mudar para uma dieta de base vegetal implicaria, para cada ser humano, a diminuição anual de uma tonelada de dióxido de carbono;
A nível global, 66% da produção alimentar deriva apenas de nove espécies vegetais e mais de metade depende exclusivamente de três espécies: milho, arroz e trigo;
Existem 7.039 espécies de plantas comestíveis, das quais apenas 417 podem considerar-se actualmente culturas alimentares e pouco mais de 200 são relevantes no mercado global;
Na União Europeia, a perda de fertilidade e funcionalidade do solo agrícola equivale a um custo de 1,25 mil milhões de euros ao ano;
Segundo estimativas da Comissão Europeia, a Europa perde anualmente, em quantidade de solo degradado, o equivalente a 275 campos de futebol por dia;
Em Portugal, mais de 70% dos solos têm índice elevado de erosão e apenas 10% têm boa capacidade de uso para a agricultura;
Em Portugal, a taxa média de erosão é de 4,5 toneladas por hectare por ano, valor que é quatro vezes maior na zona sul do país;
O número dos agricultores portugueses diminuiu cerca de 40%, entre 1999 e 2016;
Mais de 44% da população portuguesa vive em centros urbanos;
Nos últimos 40 anos, perdeu-se 60% da população global de vertebrados e de mais de 40% das espécies de insectos;
Estima-se que existam 1,7 milhões de vírus desconhecidos;
Só os morcegos hospedam cerca de cinco mil coronavírus;
As aves e os mamíferos hospedam cerca de 1,6 milhões de vírus desconhecidos, metade dos quais potencialmente transmissíveis aos humanos;
80% da população mundial vive numa área em risco de, pelo menos, uma doença transmitida por vectores (malária, Zika, dengue, febre-amarela, etc.) e mais de 50% da população mundial está em risco de contrair duas ou mais dessas doenças;
O Homo sapiens representa apenas 0,01% de todas as espécies existentes no planeta, mas a massa produzida pelo homem tem duplicado a cada 20 anos, estimando-se que na próxima década ultrapasse toda a biomassa viva global;
As acções humanas estão a levar as outras espécies à extinção, a taxas 100 mil vezes mais rápidas do que o normal;
O tráfico de espécies é um negócio que gera entre 4,3 e 17 mil milhões de euros por ano;
Estima-se que a Terra possa ter cerca de um trilião de espécies, mais do que todas as estrelas da Via Láctea, calculadas entre 100 e 400 mil milhões de estrelas;
Estima-se que 99,9% por cento das espécies que habitaram a Terra já estejam extintas;
Estima-se que, nas próximas décadas, um quinto de todas as espécies possam ser extintas;
De 1970 a 2018, as espécies selvagens diminuíram 69%, com as seguintes quedas: América do Sul e Caraíbas (94%), África (66%), Ásia e Pacífico (55%), América do Norte (20%), Europa e Ásia Central (18%);
Numa só colher de chá de solo terrestre, é possível detectar mais de 1.800 "espécies genéticas";
Se os 4,5 mil milhões de anos da história do planeta Terra fossem condensados num só dia, o Homo sapiens teria surgido apenas nos últimos seis segundos antes da meia-noite; desde os anos 1950 - ou seja, nos últimos 1,3 milionésimos de segundo antes da meia-noite-, os seres humanos destruíram um quarto das florestas tropicais, acrescentaram cinco mil milhões de pessoas ao planeta e despejaram 4,4 mil triliões de CO2 na atmosfera;
40 a 60% das áreas actualmente cultivadas podem ser inférteis no final do século;
Na América do Sul, 70% da deflorestação ocorrida destina-se à produção de gado, a que acrescem 14% de deflorestação para a produção de rações ou colheitas comerciais;
Só em 2020, um quarto da área do Pantanal brasileiro foi incendiado com vista a aumentar a superfície agrícola;
Nos últimos 27 anos, perdeu-se três quartos da biomassa de insectos de todo o planeta, com uma redução de um terço das espécies em apenas 10 anos;
Desde 1945, a Ásia perdeu dois terços das suas áreas húmidas, 84% dos quais desde 1990;
Em França, metade das zonas húmidas desapareceu entre 1950 e 1990;
Estima-se que cerca de quatro mil espécies de répteis sejam alvo de comércio ilegal, 90% dos quais capturados na natureza, dos quais três quartos não são alvo de qualquer regulamentação internacional;
Mais de 40% dos tubarões e das raias do mundo encontram-se em risco de extinção;
Os animais de criação correspondem 59,9% da biomassa do planeta, enquanto os mamíferos selvagens a 4,2%;
Estima-se que 40% de toda a madeira comerciada a nível mundial resulte de abates ilegais;
Para sobreviverem nas presentes condições, a generalidade das espécies necessita de um ritmo de adaptação 10.000 vezes mais rápido do que o actual;
As zonas montanhosas ocupam um oitavo da terra do planeta, mas albergam um terço de todas as espécies terrestres;
Com um aumento de 1,5º C na temperatura média do planeta, só 10 a 30% dos corais sobreviverão; com um aumento de 2º C, estima-se que apenas 1% dos corais irão sobreviver;
Os corais providenciam recursos e serviços (v.g., pesca, turismo, protecção costeira, medicamentos) a 500 milhões de seres humanos;
As ondas de calor de 2016 e 2017 mataram cerca de metade dos corais da Grande Barreira de Coral;
Cerca de 33% dos corais estão já hoje em perigo de extinção;
Desde o ano 812, o primeiro de que existem registos, 2021 foi aquele em que as cerejeiras do Japão floriram mais cedo;
10.6 milhões de hectares de terra australiana foram afectados pelos incêndios de 2019, que se calcula terem matado 2.5 mil milhões de répteis e 143 milhões de mamíferos;
Em 2050, 99% das aves marinhas terão ingerido resíduos de plástico;
Existem cerca de 350 mil químicos diferentes com origem humana e são sintetizados cerca de 40 novos químicos por hora;
Na Alemanha, as luzes artificiais matam cerca de 60 mil milhões de insectos em cada Verão;
Na Alemanha, nos últimos 27 anos, desapareceram mais de 75% dos insectos voadores;
Cerca de 40% das áreas terrestres do planeta necessitam de conservação;
Só cerca de 15% das áreas terrestres do planeta são protegidas;
90% das zonas de pesca globais são exploradas nos limites máximos ou acima deles;
94% do peixe existente no mundo está a ser explorado ao máximo ou pescado em excesso;
A pesca emite anualmente 200 milhões de toneladas de CO2 ;
Actualmente, apenas 2,8% do oceano é extremamente protegido;
A rede mundial de estradas daria para ir 160 vezes da Terra à Lua;
94% das acções de deflorestação ocorrem a 5,5 quilómetros de uma estrada;
No Nevada, a população de tartarugas do deserto é mais baixa nas áreas quatro quilómetros em redor das estradas do que em qualquer outro lugar;
Se todos vivêssemos como a Suécia, necessitaríamos dos recursos de 4,2 planetas Terra para nos mantermos;
Em apenas duas décadas, de 1992 a 2014, o "capital produzido" (v.g., edifícios, estradas, máquinas) aumentou 100%, enquanto o "capital natural" (v.g., florestas) decresceu 40%;
Para produzir um quilograma de batatas são necessários 255 litros de água; para produzir um quilograma de bife, são necessários 15 mil litros de água;
Produzir os cerca de 10 gramas de proteína que um hambúrguer contém origina a emissão de dois a 10 quilogramas de CO2 equ. e requer um total de cinco a 35 metros quadrados de terra;
A área de terra utilizada para satisfazer as necessidades de proteína de carne de vaca de uma pessoa pode ser usada para produzir alternativas proteicas capazes de satisfazer as necessidades de quatro a 28 pessoas (dependendo do vegetal);
A substituição de carne de vaca americana por dietas vegetais com a mesma quantidade de proteína levaria, por ano, a uma redução de 350 milhões de CO2 equ. em todo o mundo, uma poupança superior aos 90% de emissões totais do sector residencial dos EUA;
Em todo o mundo, mais de 40% de toda a produção de trigo, centeio, aveia e milho é destinada a rações animais, a que acrescem 250 milhões de toneladas de soja e de outras oleaginosas;
No Reino Unido, 40% das batatas, das maçãs e das cebolas são deitadas ao lixo por razões puramente estéticas, o mesmo sucedendo a 25% das cenouras;
Em África, nas últimas três décadas, o número de elefantes das florestas diminuiu 86% devido à caça ilegal ou à degradação do respectivo habitat;
Nos Estados Unidos, 47% dos donativos vão para causas sociais, 31% para grupos religiosos e 3% para causas ambientais;
A acção humana aumentou 1.700 vezes o risco de extinção de outras espécies e, a este ritmo, esse risco aumentará 30 mil vezes;
Em 2010, 194 países comprometeram-se em reduzir a perda de biodiversidade através de 20 objectivos a concretizar até 2020, ano em que se concluiu que nenhum desses objectivos tinha sido alcançado;
Mais de 600 milhões de seres humanos não têm acesso a água potável;
40% da produção agrícola mundial depende de água irrigada;
Um terço da humanidade, ou 2,5 mil milhões de pessoas, não tem acesso a saneamento básico;
Nos EUA, 71% dos afro-americanos vivem num distrito que viola os padrões federais dos níveis de poluição atmosférica;
Os mamíferos selvagens representam apenas 3% do total dos mamíferos do planeta, sendo os restantes 30% seres humanos e os demais 67% animais domésticos que servem para a nossa alimentação;
Desde 1950, adicionamos mensalmente dois milhões de ruminantes domesticados à população global;
Em termos de massa, a totalidade dos corpos da humanidade pesa hoje cerca de 375 milhões de toneladas, contra 78 milhões de toneladas em 1900;
Todos os anos, os gatos domésticos dos EUA matam quatro mil milhões de pássaros e 22 mil milhões de mamíferos;
A comida ingerida ao longo da vida por um cão de porte médio, como um Labrador, representa o dobro das emissões de carbono de um automóvel de alta cilindrada a percorrer 10 mil quilómetros;
A alimentação de um cão grande exige uma superfície arável de 1,1 hectares, enquanto a de um hamster exige 0,014 hectares;
Em 2006, a Royal Society identificou 39 organizações financiadas pela ExxonMobil que negavam ou deturpavam o estado da ciência climática;
Entre 2000 e 2016, só nos EUA, os lóbis dos combustíveis fósseis gastaram dois mil milhões de dólares para bloquear a acção climática;
Estima-se que, todos os anos, sejam despejados nos oceanos de 15 a 40% dos resíduos plásticos produzidos nos países costeiros;
Estima-se que, até 2040, serão despejados nos oceanos 29 milhões de toneladas de plástico por ano, o equivalente a um camião cheio de garrafas de plástico a despejar carga no oceano Atlântico mais de uma vez por minuto ao longo de um ano;
Se não forem tomadas medidas, os 150 milhões de toneladas de plástico acumulados nos oceanos quadriplicarão para 646 milhões de toneladas até 2040;
Actualmente, a Coca-Cola produz 100 mil milhões de garrafas plásticas descartáveis por ano, um quarto dos 470 mil milhões produzidos anualmente s pelos fabricantes de refrigerantes;
Só cerca de 9% do plástico do mundo é conduzido a um centro de reciclagem, do qual apenas 1% é transformado noutros produtos;
No Reino Unido, mais de metade dos resíduos plásticos destinados a reciclagem não é reciclada, mas enviada para outros países, com destaque para a Turquia;
Estima-se que a produção de plástico duplique em capacidade até 2040;
A criosfera, o conjunto das regiões onde o Inverno predomina todo o ano e que abrigam o urso-polar ou os pinguins, está a encolher a um ritmo de 87 mil quilómetros quadrados por ano;
Actualmente, as secas são 70% mais prováveis do que num passado recente;
Actualmente, 37% das mortes relacionadas com o calor são causadas pelas alterações climáticas antropogénicas e estas são responsáveis por uma em cada três mortes pelo calor;
As crianças nascidas após 2014 sentirão 36 vezes mais ondas de calor do que uma pessoa nascida em 1960;
A seca extrema de 2020 afectou um quinto (19%) da superfície terrestre global;
Os incêndios de 2021 criaram o equivalente a 6,450 megatoneladas de CO2, um valor 148% mais elevado de que todas as emissões de combustíveis fósseis da UE em 2020;
O gado é responsável por 30% das emissões globais de metano devido a actividades humanas;
As emissões de metano são responsáveis por cerca de um terço do impacto de todas as emissões de gases com efeitos de estufa e provocam cerca de 500 mil mortes prematuras devido ao ozono;
A poluição atmosférica nas cidades mata 8,7 milhões de pessoas todos os anos, mais do que a SIDA, a malária e a tuberculose juntas;
Todos os dias, estamos a prender na atmosfera o calor equivalente ao de 500 mil bombas de Hiroxima;
Um único barril de petróleo, cerca de 159 litros, faz, aproximadamente, o mesmo "trabalho" de um homem durante 25 mil horas;
Todos os dias, são consumidos 100 milhões de barris de petróleo;
Existem cerca de 1,446 mil milhões de veículos nas estradas do mundo;
Nos EUA, há 282 milhões de automóveis;
Quase mil milhões de seres humanos, sobretudo em África, não têm acesso a energia moderna;
Se não forem tomadas medidas de mitigação das alterações climáticas, a economia mundial pode sofrer uma contracção de 18%, com um custo de 23 mil milhões de dólares por ano até 2050;
De 2000 a 2010, os prejuízos relacionados com o clima ascenderam a 1,8 mil milhões de dólares;
Três tipos de indústria pesada (aço, químicos e cimento) são responsáveis por 70% das emissões industriais de CO2;
Já gastámos 37% do CO2 que poderíamos emitir na produção de aço até 2050;
Em 2021, os transportes ainda dependiam 95% do petróleo;
Em 2021, foram vendidos cinco veículos SUV por cada automóvel eléctrico;
Se os veículos SUV fossem um país, seriam o sexto maior emissor do mundo, à frente da Alemanha;
Na Alemanha, baixar o limite de velocidade para 100 km/h pouparia 5,4 milhões de toneladas de CO2 por ano, mais do que as emissões anuais de 86 países, incluindo a Nicarágua e o Uganda;
No Reino Unido, 59% das deslocações são para menos de oito quilómetros de distância;
Em Inglaterra, 11% da população é responsável por 44% da quilometragem total dos automóveis;
Em 2018, 50% das emissões da aviação comercial foram causadas por 1% da população mundial;
Cerca de 80% da população mundial nunca viajou de avião;
10% dos norte-americanos são responsáveis por dez vezes mais emissões de gases com efeito de estufa do que um americano típico;
Um norte-americano típico é responsável por três vezes mais emissões do que um francês típico;
Um francês típico é responsável por três vezes mais emissões do que um bengalês típico;
Uma casa norte-americana típica alberga, em média, 300 mil artigos individuais;
Os fabricantes de vestuário produzem 100 mil milhões de peças por ano e as pessoas comuns compram o dobro da roupa da geração anterior;
Para compensar o impacto de um saco de algodão orgânico, seria necessário usá-lo todos os dias durante meio século;
Um computador portátil novo pode ter uma pegada ecológica igual a uma deslocação de 1.600 quilómetros em automóvel;
Em 2020, foram gerados 2,24 mil milhões de toneladas de desperdício, prevendo-se um aumento para 3,88 mil milhões de toneladas, ou seja, de 73%, até 2050;
Os norte-americanos geram 2,33 quilogramas de lixo por dia, enquanto as populações do sul da Ásia geram 0,39 quilogramas e as da África subsaariana 0,47 quilogramas;
Para termos uma hipótese provável de aquecimento de 1,5ºC, os países ricos teriam de eliminar a utilização de combustíveis fósseis até 2030, ou seja, dentro de sete anos;
A produção de combustíveis fósseis planeada até 2030 é mais do dobro da que seria consistente com um objectivo de aquecimento global de 1,5ºC;
Segundo o Banco Mundial, a economia mundial cresceu 120% de 1990 a 2019, com um aumento de 54% das emissões globais de CO2;
Em 2019, 80% da energia mundial teve origem em combustíveis fósseis;
O hemisfério norte é responsável por 92% do excesso de emissões em relação ao limite planetário, mas o hemisfério sul irá sofrer 82 a 92% dos custos económicos da ruptura climática e 98 a 99% das mortes relacionadas com as alterações climáticas;
Os países ricos consomem, em média, 28 toneladas de recursos por pessoa, quatro vezes mais do que o nível ambientalmente sustentável;
1% dos mais ricos dão origem ao dobro das emissões dos 50% da população global mais pobre;
64% da população mundial encara as alterações climáticas como uma emergência global;
Segundo o FMI, só em 2020 foram concedidos 5,9 mil milhões de dólares de subsídios aos combustíveis fósseis, o que perfaz 11 milhões de dólares por minuto;
Em cada segundo, é abatida uma área de floresta do tamanho de um campo de futebol;
Se o rendimento e o património fossem convertidos em altura física, um cidadão do Ocidente teria, em média, 1,65m de altura e Jeff Bezos 1.300 quilómetros.
(com os actuais níveis de esperança de vida no Ocidente, todas as projecções feitas neste texto irão abranger o tempo de vida dos nossos filhos ou netos).
Fontes: Maria Amélia Martins-Loução, Riscos Globais e Biodiversidade (FFMS, 2021); Alexandre Antonelli, The Hidden Universe: Adventures in Biodiversity (Penguin, 2022); David Blanchon, Atlas Mundial da Água (Guerra & Paz, 2022); Patrick Greenfield et all., "The biodiversity crisis in numbers - a visual guide", The Guardian, 6/12/2022; Adam Rutherford e Hannah Fry, O Guia Completo Sobre Absolutamente Tudo (Livros do Desassossego, 2022); O Livro do Clima, criado por Greta Thunberg (Objetiva, 2022); Simon L. Lewis e Mark A. Maslin, Antropoceno. Como transformámos o nosso planeta (Arte e Ciência, 2022).
Historiador. Escreve de acordo com a antiga ortografia.