Num Governo menos criticado, Manuel Pinho é o ministro que dá um trambolhão

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Quase todo o Governo parece ter beneficiado de um empurrão no referendo sobre a despenalização do aborto. Os ministros mal-amados, mal-amados continuam, embora em menor escala do que no início do ano. E só cinco dos 16 que compõem o Executivo obtêm uma opinião mais desfavorável dos portugueses inquiridos. Entre estes consta o titu- lar da pasta da Economia, Manuel Pinho. O ministro terá provavelmen- te ficado mesmo malvisto e malquisto, por ter cometido uma gaffe - há quem diga que apenas expressou a verdade - durante a visita do primeiro-ministro à China. Manuel Pinho tentou convencer os chineses a investir em Portugal usando o argumento dos baixos salários nacionais... Talvez seja esse o motivo que explica a maior queda, na ordem dos seis pontos percentuais , na apreciação do seu mandato em Fevereiro.

No sentido inverso, o ministro que figura no top da consideração dos portugueses é o da Administração Interna. Num mês muito sereno nesta pasta, António Costa beneficia da acalmia e passa à frente do tradicional campeão da simpatia governativa, o titular da Ciência e Tecnologia, Mariano Gago.

Também é de assinalar uma recuperação considerável de um ministro que habitualmente não granjeia muita empatia junto do eleitorado, o das Finanças. Teixeira dos San- tos consegue a proeza de passar do nono lugar, que ocupava em Janeiro na tabela dos governantes, para o quinto. Subiu sete pontos percentuais na consideração dos inquiridos, o que o colocou no mesmo patamar que o ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, e à frente dos titulares dos Assuntos Parlamentares, Artur Santos Silva, e do Ambiente, Nunes Correia.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, que se viu envolvido na polémica dos alegados voos da CIA, parece ter conseguido estancar a queda que sofreu no mês anterior (na ordem dos 7%) e só desce um ponto percentual, passando ao terceiro lugar dos ministros com maior índice de popularidade.

O facto de o procurador-geral da República ter mandado abrir um inquérito a este caso, depois de ter recebido a eurodeputada Ana Gomes em audiência, não provocou nenhum terramoto no Palácio das Necessidades.

Os ministros da Educação e da Saúde mantêm-se no final da tabela, como sempre, mas neste Barómetro de Fevereiro beneficiam de alguma benevolência dos inquiridos que não os penalizam com uma apreciação tão negativa das respectivas prestações. Correia de Campos, que sobe oito pontos percentuais, beneficiou mesmo do resultado de dia 11.

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