Novos olhares sobre as canções de Peter Gabriel

Três anos depois de um álbum onde o músico interpretou temas de outros artistas, agora é a vez de outras vozes abordarem alguns dos seus temas. Estão aqui nomes como os Arcade Fire, Paul Simon, Lou Reed ou Regina Spektor.
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Título: 'And I'll Scratch Your'

Artista: Peter Gabriel / Vários Artistas

Editora: Real World / Universal

Classificação: 3 / 5

Corria o ano 2010 quando, sob o título 'Scratch My Back' (que é como quem diz "coça-me as costas"), Peter Gabriel apresentou um álbum onde gravou versões de canções como 'Heroes' de David Bowie, 'The Boy In The Bubble' de Paul Simon, 'My Body is A Cage' dos Arcade Fire,' Listening Wind' dos Talking Heads ou 'Street Spirit (Fade Out)' dos Radiohead, num alinhamento onde, com a ajuda de uma orquestra, interpretava ainda tenas de Neil Young, Lou Reed, Regina Spektor, Elbow, Bon Iver ou Randy Newman. Agora, e depois de tão bem ter "coçado as costas" a uma ilustre galeria de temas, eis que surge a segunda parte de um díptico que estava já em agenda há algum tempo e cuja conclusão foi sendo adiada pela forma como as respostas a esse ponto de partida foram chegando. Isto porque, na origem, este era um projeto de diálogo que previa que aqueles que Peter Gabriel havia cantado agora respondessem com versões do seu repertório. Sob coordenação do próprio músico,'And I'll Scractch Yours' (ou seja " e eu coço as tuas") conclui a ideia encetada em 2010 com um disco que, de certa forma, acaba por ser um tributo às canções de Peter Gabriel. Mas mesmo sendo mais coerente e sólido que muitos dos discos de tributo que costumam surgir aos molhos, o alinhamento é algo desigual. Brilha por exemplo quando David Byrne ou Arcade Fire reinventam, muito ao seu jeito, respetivamente 'I Don't Remember' ou 'Games Without Frontier'. Ou quando Lou Reed injeta eletricidade em 'Solsbury Hill', Paul Simon faz vibrar 'Biko' ou Stephin Merritt sublinha claras marcas de personalidade quando aborda 'Not One Of Us'. Há ainda leituras interessantes por Randy Newman, Regina Spektor ou Feist. Mas já Bon Iver ou os Elbow parecem não conseguir ultrapassar uma certa deferência pelas formas das versões originais.

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