Novos caminhos para a relação Venezuela-Portugal

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Este ano, a República Bolivariana da Venezuela indicou o meu nome para o cargo de Embaixadora na República Portuguesa. É com grande honra e empenho que assumo o desafio de levar nossas já históricas relações com sucesso. Junto com minha equipa, tenho o objetivo de intensificar os laços que nos unem.

A Venezuela comemora neste 5 de julho, 212 anos desde que declarou a sua independência da coroa espanhola. Já em Portugal não o pudemos celebrar plenamente durante muitos anos. Na noite deste dia, vamos poder partilhar com vocês um espectáculo cultural, assente numa das mais significativas organizações sociais que demos ao mundo, o Sistema de Orquestras e Coros Juvenis e Infantis da Venezuela.

El Sistema, como é conhecido na Venezuela, tem dado ao mundo um importante contributo cultural e social, que até em Portugal existem orquestras, como a Orquestra Geração, que procura sistematizar o ensino e a prática coletiva e individual de música, através de orquestras sinfónicas e coros, como instrumentos de organização social e desenvolvimento humanístico, como esta importante instituição venezuelana estabelece em sua missão.

Face à celebração destes 212 anos de independência, importa ainda realçar que temos vários desafios nesta Embaixada. A primeira delas é garantir o acesso dos venezuelanos aos mais diversos avanços tecnológicos, nos quais Portugal se define como pioneiro, como o desenvolvimento de soluções industriais baseadas em Inteligência Artificial; o desenvolvimento de drones de vigilância, fumigação e entretenimento; e a sustentabilidade da fabricação de medicamentos. Além disso, procura fortalecer o quadro educativo do nosso país, através do acesso de alunos de licenciatura e pós-graduação às universidades portuguesas, que são vanguarda na investigação e académica, não só no continente europeu, mas também no mundo.

Nesta nova etapa das relações bilaterais, trabalharemos para aprofundar as relações comerciais, buscando sempre a igualdade dos balanços de pagamentos, garantindo assim a equidade entre nossas nações. Esta cooperação será relançada com os setores económicos mais urgentes para a nossa população, que tem estado submetida a mais de 900 medidas coercivas unilaterais, como a Saúde e alimentação. Sabemos que podemos contar com Portugal como parceiro estratégico para atingirmos os nossos objetivos nestes segmentos a curto, médio e longo prazo.

Reafirmamos também a nossa total disponibilidade para ajudar e apoiar a comunidade portuguesa que deseje vir para a Venezuela investir, não só na área da Saúde e da alimentação, mas também no turismo, na Educação ou em qualquer outro projeto que seja de interesse para o desenvolvimento do nosso país. Para isso, disponibilizamos toda a estrutura do Centro Internacional de Investimento Produtivo, que garantirá o sucesso de qualquer proposta de empreendimento.

Abre-se um novo horizonte de oportunidades, com esta etapa que se inicia nas relações bilaterais de nossos países. O nosso interesse e trabalho andarão sempre a par da cooperação e integração, sempre enquadrados no respeito pelas leis e soberania de Portugal e do nosso povo venezuelano, sob a Diplomacia Bolivariana de Paz. Agradecemos ao povo português por tantos anos de acompanhamento e apoio.

Embaixadora da República Bolivariana da Venezuela

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