Novo tratamento para o cancro da próstata aumenta esperança média de vida

Médicos no Reino Unido acreditam que o método "pesquisa e destruição" pode aumentar o tempo de vida a pelo menos metade dos doentes
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Dois homens com cancro na próstata fizeram, no passado fim de semana, no Reino Unido, um tratamento inovador que pode prolongar significativamente a sobrevivência destes doentes. O método que identifica e ataca uma proteína na superfície das células cancerígenas pode oferecer esperança a milhares de homens, de acordo com o The Telegraph.

É um avanço "enorme", indicaram os médicos presentes na maior conferência sobre o cancro do mundo, em Chicago. Segundo estes, a nova abordagem pode aumentar a esperança de vida de cerca de cinco mil homens por ano na Grã-Bretanha, onde existem cerca de dez mil novos casos de cancro da próstata todos os anos. A chegada da técnica pioneira ao Reino Unido acontece depois do desenvolvimento na Austrália e na Alemanha.

Chama-se "Pesquisa e destruição" e não descura a radioterapia - o método mais utilizado atualmente. Recorre a imagens que iluminam os tumores antes de serem analisados e planeados os tratamentos. Depois então recorre-se à radioterapia que ataca as células malignas de forma mais restrita e concentrada, sem danificar os tecidos em redor. "O conceito é muito simples. O que vemos é o que tratamos. Temos uma bala em vez de uma luz", explica o professor Stefano Fanti da Universidade de Bolonha, envolvido no estudo da nova técnica.

"Não há duvida de que isto está a causar uma remissão substancial e duradoura. Estamos otimistas em relação aos resultados", disse o professor Johann de Bono, do Instituto de Pesquisa do Cancro, em Londres, e corresponsável pela nova técnica.

São seis tratamentos com uma distância de seis a oito semanas entre cada sessão, que custam cerca de 13,5 mil euros no Reino Unido.

Recentemente um teste a este método realizado na Austrália indicou que a esperança média de vida dos homens sujeitos ao novo tratamento aumentou para mais de quatro meses e um em cada cinco superou os três anos. "É potencialmente uma mudança de jogo. Se os resultados forem positivos, isto realmente mudará a forma como tratamos o cancro da próstata", refere o oncologista australiano, Arun Azad.

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