"A relação custo-eficácia significa que vamos gastar agora para poupar no futuro", explicou à agência Lusa..O premiado, que é diretor do Serviço de Gastrenterologia no Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto, entendeu que proporcionar ao utente a possibilidade de fazer uma endoscopia ao mesmo tempo que faz o rastreio do cancro colorretal é proporcionar-lhe um "momento único" de rastreio ao tubo digestivo e a possibilidade de detetar lesões precoces.."A deteção de lesões precoces vai permitir reduzir as mortes por cancro gástrico, não de todos os casos, como é óbvio", referiu..Se nada for feito quanto ao diagnóstico precoce, Mário Dinis Ribeiro considerou que a morte por este tipo de cancro continuará "elevadíssima", estimando-se que em 2035/2040 seja diagnosticado todos os dias a dezenas de pessoas..Além disso, acrescentou, nas próximas décadas o número de mortes por cancro gástrico vai aumentar devido ao envelhecimento da população..O médico avançou que em 2016 as mortes por cancro gástrico corresponderam a três quartos dos acidentes de viação ou a nove vezes os doentes que morrem com sida..De forma sumária, o premiado ressalvou que para reduzir a mortalidade por cancro gástrico em Portugal deve-se promover uma redução efetiva do hábito tabágico, promover a erradicação da bactéria Helicobacter pylori - se presente -, mas, indubitavelmente, promover o diagnóstico precoce..A entrega do prémio, no valor de 100 mil euros, decorre segunda-feira, às 16:00, no Auditório da Casa do Médico, no Porto, e será entregue pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo Sousa..Na cerimónia serão ainda entregues duas menções honrosas, uma delas para uma equipa liderada pela professora Mafalda Bourbon com um trabalho sobre a Hipercolesterolemia Familiar em Portugal, uma doença genética e com herança autossómica dominante..Da investigação, a equipa concluiu que a "maior lacuna" é o baixo conhecimento desta patologia e a "quase generalizada" falta de diagnóstico e terapêutica adequada comprometendo a saúde cardiovascular destes indivíduos..A segunda menção será para um trabalho do professor Óscar Gonçalves e da médica Ana Castro Fernandes com uma nova abordagem clínica à doença obsessivo-compulsiva que, atualmente, afeta cerca de 4% da população portuguesa..Na obra são descritos os resultados de vários estudos realizados pelos autores que mostram que a doença está associada a uma variedade de alterações cerebrais bem mais extensa do que anteriormente se pensava.