O Novo Banco deu um passo de gigante para garantir o sucesso da sua oferta de recompra de dívida a troco de dinheiro. Um dos seus maiores credores, a norte-americana Pimco, decidiu que vai participar na oferta da operação, apurou o DN/Dinheiro Vivo..As assembleias gerais de credores do Novo Banco decorrem na sexta-feira, dia 29 de setembro, numa segunda convocatória. O prazo para os credores aceitarem a operação termina no dia 2 de outubro. "A Pimco decidiu participar na oferta", segundo adiantou uma fonte próxima da gestora de fundos..Esta decisão da Pimco torna mais provável o sucesso da operação lançada pelo Novo Banco, liderado por António Ramalho. A oferta envolve a recompra de obrigações com maturidades entre 2019 e 2052. A Pimco detém dívida de maturidade mais curta..O DN/Dinheiro Vivo sabe que os investidores do Novo Banco com dívida com uma maturidade mais longa não decidiram ainda se vendem ou não as suas obrigações nesta operação..A oferta implica perdas entre os 11% e os 90% até à maturidade dos títulos. Para compensar os investidores, o Novo Banco acena com a possibilidade de subscreverem depósitos com taxas de juro entre 1% e 6,84%, consoante as séries de obrigações..Esta oferta é uma das condições para que se conclua a venda do banco à norte-americana Lone Star..Em causa neste processo estão 36 linhas de obrigações do Novo Banco, num total de 8,3 mil milhões de euros. O objetivo do banco é conseguir reforçar o seu capital em 500 milhões. O sucesso ou fracasso da operação pode já ficar decidido na próxima sexta-feira, dia 29 de setembro..Na primeira convocatória para as assembleias gerais de credores, marcada para 8 de setembro, grandes investidores como a Pimco faltaram à chamada. O grupo dos grandes credores com obrigações do Novo Banco detém mais de 30% da dívida da instituição..Parte destes investidores já sofreram, no final de 2015, com o choque de ficarem sem 2,2 mil milhões de euros, que foram transferidos, por decisão do Banco de Portugal, do balanço do Novo Banco para o BES "mau". Na altura, avançaram para os tribunais..Nas assembleias gerais já realizadas ficou aprovada a resolução do reembolso antecipado de apenas 2343 milhões de euros. O Novo Banco tem garantida a compra desse montante, que corresponde a apenas 28% do total da dívida em oferta de 8,3 mil milhões de euros..Os grandes credores chegaram a admitir deixar de comprar dívida soberana portuguesa e ficar longe de ativos portugueses..Entretanto, o seu poder negocial ficou reduzido. A recente subida do rating de Portugal pela Standard & Poor"s vai permitir que mais investidores possam comprar dívida portuguesa. E o governo anunciou na semana passada uma proposta de alteração legislativa que protege os grandes depositantes em caso de colapso de um banco, em detrimento dos detentores de dívida subordinada, que passam a suportar mais perdas. O recado passou para os detentores de dívida subordinada.