Nove guardas expulsos por tráfico nas cadeias
Entre 2014 e 2016, foram instaurados 21 processos disciplinares a elementos da Corpo da Guarda Prisional, devido à introdução de drogas, telemóveis e outros objetos proibidos nas prisões, revela o jornal Público, adiantando que, nesse âmbito, foram expulsos nove guardas, três foram suspensos, três multados e três repreendidos. Segundo o jornal, no ano passado, 12 guardas foram privados de liberdade por esses e outros crimes. E, neste momento, há setes detidos por introdução de material proibido nas cadeias.
Ouvido pelo Público, Celso Manata, diretor-geral dos Serviços Prisionais, declarou "tolerância zero" ao comportamento dos guardas prisionais. "Já disse que ia andar em cima das pessoas que traficam drogas, telemóveis e outras coisas. Agora, digo que vou andar em cima das pessoas que estão nas portarias."
Estas declarações surgem na sequência de uma notícia no semanário Expresso do último sábado que citava o relatório do Serviço de Auditoria e Inspeção da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais para garantir que grande parte do tráfico nas cadeias portuguesas é feito pelos próprios guardas e não pelas visitas dos reclusos. O relatório aponta "para uma intolerável falta de controlo na entrada de funcionários das prisões". A situação é descrita como ocorrendo em todas as cadeias e sobretudo no fim-de-semana e no período da noite.
Numa reportagem publicada pelo DN em julho do ano passado, eram relatados vários casos de guardas que foram apanhados em esquemas com os detidos. Os "salários não são desculpa", admitia na altura Jorge Alves, presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP). "Tem-se notado mais nos últimos anos guardas a praticar crimes". Para o dirigente sindical há dois fatores que explicam o fenómeno: "Trabalham no meio da criminalidade e têm falta de formação profissional."
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Já no ano passado, a tutela tinha anunciado que a vigilância sobre os guardas prisionais iriaaumentar. A ministra da Justiça, Francisca Van Dunem propôs uma mudança na lei que vai apertar os limites para a presença de álcool no sangue e de drogas.
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