Novas revelações envolvem Presidente da Argentina
Uma nova fase da investigação Panamá Papers revela emails trocados entre os escritórios da Mossack Fonseca do Panamá e a sucursal no Uruguai onde é discutido um plano para ocultar o facto de a firma de advogados não saber que a empresa offshore Fleg Trading Co. estava nas mãos da família do Presidente argentino Mauricio Macri. O plano seria executado através de um documento com uma data antecipada, onde confirmariam a propriedade da Fleg Trading.
A primeira investigação dos Panamá Papers, em 2016, recorde-se, revelou que Macri e outros membros da sua família dirigiam a empresa. As leis que procuram combater a lavagem de dinheiro exigem que a Mossack Fonseca estivesse a par dessa informação.
O contabilista da Mossack Fonseca acabou por dissuadir os restantes envolvidos no plano, alegando que este era "muito arriscado", já que um "especialista em caligrafia" poderia "facilmente" pôr em causa o documento. "O cliente não quer arriscar, uma vez que o Presidente da Argentina e a família estão envolvidos", lê-se agora nos documentos dos Panamá Papers.
11,5 milhões de ficheiros dos seus clientes foram parar às mãos dos jornalistas do International Consortium of Investigative Journalists (ICIJ) nesta investigação que ficou conhecida como Panamá Papers e que agora revelou novas informações, envolvendo também o futebolista argentino Lionel Messi.
Outra das revelações desta nova fase de investigação é a de que a Mossack Fonseca não estava a par da presença da família Macri noutra empesa offshore, a BF Corporation, que pertencia aos irmãos do Presidente argentino, Mariano e Gianfranco, avançam os media argentinos.
Depois das revelações de 2016, o Ministério Público alemão terá alertado as autoridades argentinas para transações suspeitas que envolviam a BF Corporation que ocorreram duas antes da primeira volta da corrida que elegeria Macri, em outubro de 2015. Depois disso, Gianfranco Macri assumiria ao fisco que era dono da BF Corportation, onde terá branqueado 63 milhões de pesos argentinos (quase 2 milhões de euros), escreve o jornal La Nácion , que faz parte do ICIJ.