Nova pequena coluna Bluetooth pode bem ser uma grande adição à família Sonos
Propostas não faltam no mercado das colunas portáteis Bluetooth entre os 150 e os 230 euros, pelo que para marcar a diferença uma marca tem de surgir com algo muito inovador, ou muito esperto. Esta semana, a bem sucedida Sonos lançou a Roam, que essencialmente aposta nesta última vertente. Mas fá-lo tão bem que merece todo o destaque. E provavelmente cada cêntimo dos 179 euros que pedem por ela.
Mas comecemos pelo básico. Com apenas 16,8 x 6,2 x 6 cm e 430 gramas, a Roam é extraordinariamente portátil. Resistente à água (IP67 - pode ser submersa até 30 minutos) e ao choque, quase pede para ser levada para o exterior. A única coisa que, neste aspeto, lhe poderá faltar é uma alça para a amarrar ao pulso (não tem sequer um orifício para colocar uma não oficial).
Mas apesar de ser uma maquininha que está à vontade ao ar livre, é no interior que uma das "espertezas" da engenharia Sonos vem ao de cima. É que além de ser compatível com Bluetooth -- podendo a qualquer momento emparelhar-se com um telemóvel -- a Roam inclui ainda ligação wifi, de forma a que se possa integrar plenamente num sistema de áudio doméstico Sonos já existente.
O que faz dela uma proposta ainda mais difícil de resistir para quem já tem um sistema áudio, seja stereo, surround ou multiroom baseado na marca norte-americana.
Há, no entanto, um detalhe a ter em atenção: a Roam apenas é compatível com a app S2 da Sonos, a nova versão do sistema operativo da marca. Se possui aparelhos mais antigos, incompatíveis com esta nova versão, não poderá "emparelhar" a recém-lançada Roam com estas velhas colunas. (A Sonos no entanto permite utilizar as duas versões, S1 e S2, em simultâneo, pelo que é possível controlar colunas mais antigas e mais novas ao mesmo tempo. O que não será possível é integrá-las totalmente, isto é, fazer algo como a passagem de som entre elas ou sincronizar a música entre elas, por exemplo.)
Desta forma, a pequena Roam assume-se em parte como mais um membro por completo da família Sonos, com algumas das funcionalidades a que a marca habituou os seus clientes --- e a que em grande parte deve o seu êxito. Pode fazer parte de um sistema multiroom, em que a música facilmente é passada de uma divisão para a outra da casa, de um outro sistema Sonos para ela ou, se emparelhada com uma segunda coluna igual, cria-se um sistema stereo.
Além disso -- e esta é outra das funcionalidades muito "espertas" -- existe o Sound Swap, um sistema que permite, pelo simples toque de um botão na própria coluna, fazer passar a música da Roam para uma qualquer das Sonos mais recentes, ou vice-versa.
O processo funciona da seguinte forma: quando o utilizador toca continuamente no botão de play/pause, a coluna emite um som inaudível para o ser humano, que é no entanto captado pela coluna mais próxima. Esta interpreta-o como um comando para "pegar" na sessão de música que está a ser tocada pela coluna de origem e prossegue a partir daí. Ideal para arrancar para um passeio sem perder uma nota -- ou chegar de um piquenique e prosseguir a banda sonora.
A pequena caixa da Roam, na qual se arrumam dois pequenos amplificadores autónomos -- classe H -- um para cada altifalante (um mid-range e um tweeter) -- inclui-se ainda um sistema de equalização digital que, supostamente, é capaz de "ler" a sonoridade da sala onde a colunita é colocada e reequalizar o som automaticamente. Isto sem necessitar de usar a app do telemóvel. A Sonos chama a isto Trueplay e é algo que já aplicou na sua outra coluna portátil, a Move.
A finalizar, tal como acontece com as outras propostas Sonos, a Roam tanto é compatível com a Alexa, da Amazon, como com a Google Assistant, pelo que a escolha da assistente digital preferida é totalmente sua.
Venham as notícias menos boas. Desde logo as 10 horas de autonomia anunciadas ficam aquém dos valores de 20 ou até 24 horas encontradas na concorrência (ainda que todos saibamos bem que muitas vezes estes valores são pouco compatíveis com a experiência no mundo real, mas a questão é... e as 10 horas?)
Depois, a Roam tem a excelente funcionalidade de ser recarregável sem fios, através de uma base própria, magnética. Só que esta vende-se à parte -- por 49 euros. Claro que a bateria pode ser carregada normalmente, através de um cabo USB-C, mas seria mais simpático se o carregamento sem fios fosse incluído no pacote base. Mas isso, hoje em dia, é um sonho irrealizável.
Tanto a Roam como o carregador sem fios estão já disponíveis para encomenda no site da marca, que promete entrega a 20 de abril. O som -- provavelmente até o mais importante -- é que é infelizmente impossível de descrever aqui, mas tendo em conta a sonoridade típica da Sonos, e as legiões de fãs que conseguiu angariar pelo mundo, a aposta à partida parece ser segura.
A maioria das mais-valias da Roam são sem dúvida apelativas para quem já possui um sistema Sonos em casa, já está habituado tanto ao sistema como à sonoridade e agora até tem mais uma forma de levar esta consigo cada vez que sai aos fins de semana (pode ser que no fim de abril já o possa fazer à vontade).
Mas também -- e presumivelmente é isto que a marca americana espera -- a Roam pode ser o primeiro degrau para algo maior. Facto é que na relação qualidade-preço a Sonos está na gama média-alta do áudio digital doméstico, permitindo soluções versáteis tanto para música como para home cinema. A nova pequena coluna é agora o passaporte mais barato para este mundo, que é "upgradable" (poderia dizer "escalável"), existindo sempre programas de descontos em produtos quando compra outros da gama acima.
Uma Roam dá-lhe som mono por menos de 180 euros. Com duas (e o seu telemóvel mais a internet de casa), faz um mini stereo por um preço que nem chega 360 euros, para fazer streaming da música toda que quiser. Convenhamos, já dá para fazer uma festa, quando o governo o deixar receber amigos em casa!