Nova espécie de pigmeus descoberta no Pacífico
Ilha de Palau albergava hominídeos
Cientistas sul-africanos descobriram recentemente novos esqueletos de hominídeos na ilha de Palau, um pequeno país do Oceano Pacífico, a leste das Filipinas. A nova espécie, de estatura bastante baixa - mais baixa até que os pigmeus da floresta africana -, pode estar relacionada com a descoberta efectuada em 2003 na ilha de Flores (Indonésia, mais a sul), que se pensa terem fabricado utensílios complexos, o que os aproxima do Homo sapiens contemporâneo.
Os esqueletos de pelo menos 25 indivíduos foram descobertos pela equipa liderada por Lee Berger, da Universidade de Witwatersrand, em Joanesburgo, e datam de há entre 900 e 2800 anos. Os detalhes da nova descoberta foram ontem publicados pela revista Public Library of Science. "As ilhas rochosas de Palau guardam numerosas grutas e refúgios, contendo muitos restos humanos fossilizados", acentua o artigo da revista. "Descobrimos pelo menos dez lugares em que eram sepultados estes hominídeos", asseveram os autores.
A teoria, ainda em tese, diz que os "humanos" de Palau e Flores cresceriam menos por serem ilhéus, mas a ideia não colhe com outras experiências noutras zonas insulares do mundo. Os homens adultos pesavam cerca de 43 quilos e as mulheres não passavam dos 29 quilos. As cabeças são bastante pequenas e os corpos têm uma feição primitiva.
O chamado "homem das Flores", cuja similitude com o de Palau está agora a ser investigada, desapareceu da face da terra há 12 mil anos. Tinha menos de um metro de altura e a sua cabeça era do tamanho de uma toranja. Perto dos vestígios dos nove homens encontrados em 2003 foram achados utensílios de pedra sofisticados, capazes de esquartejar um animal.
"Isso significa que o homem das Flores representava uma espécie separada também descendente do Homo erectus, o antepassado do Homem contemporâneo", pode ler-se num estudo da época.
Esta descoberta implicava que a espécie humana actual teria partilhado a superfície terrestre com outros hominídios até uma data muito próxima, o que suscita a questão de um possível cruzamento entre as várias espécies.