Nostalgia nos 90 anos da morte czar Nicolau II

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Rússia. Peregrinos prestam homenagem

O último dos Romanov e a família foram executados pelos bolcheviques

Numa sondagem da televisão estatal russa Rossiya, o czar Nicolau II surge em primeiro lugar na lista dos Maiores Russos da História, à frente de Estaline e Lenine. Uma popularidade que explica o facto de centenas de pessoas se terem ontem reunido em Ekaterinburgo, a cidade dos Urais onde os bolcheviques - no poder desde a Revolução de 1917 - assassinaram o czar, a mulher e os cinco filhos 17 de Julho de 1918.

"Chegou o momento de trazer de volta o que foi destruído", disse o arcebispo de Ekaterinburgo na Igreja do Sangue Derramado, construída em 2003 no local onde a família imperial foi assassinada. O religioso dirigia-se a uma assistência que se ajoelhava enquanto beijava fotografias dos Romanov. "Vim apenas por um motivo: pedir desculpas", explicou à AFP Alla Solodovnikova. Esta mulher de 67 anos fez um longo percurso desde Kaliningrado, nos confins ocidentais da Rússia.

O culminar das comemorações em Ekaterinburgo estava previsto para a noite de ontem para hoje, à hora exacta em que passarem 90 anos sobre a execução do czar e da família pelos bolcheviques, numa mina abandonada, onde os corpos foram lançados e regados com ácido. Em 1991, foram exumados e sete anos depois, Nicolau II, a mulher e três dos cinco filhos receberam um funeral de Estado em Sampetersburgo.

Depois de uma missa nocturna, os peregrinos reunidos em Ekaterinburgo deviam percorrer 18 quilómetros a pé até à mina onde os Romanov foram mortos. Os sentimentos dos russos em relação a Nicolau II evoluíram bastante desde o desmantelamento da União Soviética em 1991. Mas uma sondagem de 2005 revela que 56% dos inquiridos ainda tinha um olhar muito crítico sobre o último czar.

Nicolau II ficou conhecido como "O Sangrento" devido à forma como eliminou os opositores, além de ter sido incapaz de impedir o país de cair no caos político. No poder desde 1894, Nicolau II foi obrigado a abdicar em 1917 após a revolução bolchevique que abriu caminho à criação da União Soviética.

O Presidente Dmitri Medvedev não comentou as comemorações da morte de Nicolau II. Com agências

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