Noite violenta na capital da Estónia

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Moscovo ameaça rever a sua relação com a Estónia e a NATO

A Estónia sofreu ontem de madrugada a segunda noite consecutiva de violência, devido à intenção das autoridades de remover um monumento que celebra a memória dos soldados soviéticos na Segunda Guerra Mundial. Vista por muitos étnicos estónios como símbolo de opressão comunista, a estátua motiva o orgulho da significativa minoria russa que habita naquele país da UE.

Nos incidentes de ontem, que envolveram manifestantes e polícia, ficaram feridas pelo menos 74 pessoas. Grupos de jovens foram violentamente dispersos e, na confusão, gritaram-se palavras de ordem, incluindo acusações de "fascista" ao primeiro-ministro.

A violência ocorreu na capital estónia, Tallin, mas também numa cidade mais a norte, Johvi, de maioria russa. O conflito está a irritar a Rússia, que já prometeu rever a sua política em relação à Estónia, mas parece também evoluir para um confronto directo entre estónios e rus- sófonos. Estes representam um quarto da população do país, mas muitos não possuem cidadania. Calcula-se que sejam 160 mil estes não cidadãos, ou 12% da população.

Durante os protestos de ontem, após a intervenção policial, grupos de jovens cobriram de inscrições em cirílico um monumento ao escritor estónio Anton Hansen Tammsaare, indignando os estónios.

O caso está a ser seguido com extrema irritação na Rússia, cujos dirigentes estão a fazer ameaças ao Governo estónio e a insinuar uma revisão da sua política, não apenas em relação a este país, mas também na relação com as organizações a que pertence a Estónia, como NATO e UE. Na noite de quinta para sexta, a violência provocou a morte de um jovem russo.

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