Justiça/Noite Branca: Acusados da morte de Gaiato conhecem quarta-feira a sentença

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Porto, 24 Mar (Lusa) - Os três acusados da morte do segurança Nuno "Gaiato", em Julho de 2007 na discoteca El Sonero, conhecem quarta-feira a sentença no Tribunal de São João Novo, Porto.

Da acusação fazem parte os seguranças Hugo R., Vasco C. e José S., responsabilizados pelo crime de homicídio de Nuno 'Gaiato' a 13 de Julho de 2007.

O despacho de acusação refere que foi um quarto participante (o segurança Berto Maluco) quem tomou a iniciativa de convocar Hugo, Vasco e José para irem à discoteca El Sonero "com o preciso objectivo de matar Nuno "Gaiato".

Vasco e José terão ficado à porta, a controlar os movimentos, enquanto "Berto" e Hugo alegadamente encurralaram Nuno Gaiato na cozinha da discoteca, desferindo-lhe seis tiros.

Aos três arguidos são ainda imputados crimes de coacção agravada, detenção ilegal de arma e de estupefacientes.

Nas alegações finais, decorridas a 03 de Março, o procurador do Ministério Público pediu a condenação dos três arguidos pelo crime de homicídio, enquanto os advogados de defesa pediram a absolvição.

Se o procurador considerou que os três arguidos agiram de forma premeditada no sentido de confrontar Nuno "Gaiato" na discoteca El Sonero, já as defesas alegaram que não era certo que o grupo tivesse ido procurar o segurança com o intuito de o matar.

O primeiro processo relativo aos vários ajustes de contas decorridos na noite do Porto em 2007 chega ao fim com a leitura do acórdão, quarta-feira, agendada para as 14:00 na 4.ª vara do Tribunal de São João Novo.

Foi também o primeiro processo com acusação deduzida pela equipa especial que a Procuradoria-Geral da República constituiu, em 12 de Dezembro de 2007, para averiguar os incidentes associados à noite do Porto.

Em 2007, uma onda de assassinatos entre alegados grupos de seguranças rivais marcou a noite da cidade do Porto, causando quatro mortos e vários feridos.

Por esclarecer estão ainda as mortes dos seguranças Ilídio Correia, 'Berto Maluco' e o do dono da discoteca 'Chic' Aurélio Palha.

Ilídio Correia, segurança de 33 anos, foi morto a tiro na madrugada de 29 de Novembro de 2007 junto à Alfândega do Porto.

Em Dezembro de 2008 o Ministério Público deduziu a acusação contra 11 arguidos envolvidos na morte deste segurança, responsabilizando directamente cinco pessoas pelo crime: Bruno P. "(Pidá") - alegado líder do grupo de seguranças da Ribeira -, Mauro S., Fernando M. ("Beckham"), Ângelo T. ("Tiné") e Fábio B.

Um sexto arguido, que foi detido numa operação realizada na Madeira, está acusado de ter fornecido a droga apreendida durante a operação "Noite Branca", a 16 de Dezembro de 2007.

Ao conjunto dos 11 arguidos são imputados mais de cem crimes, desde homicídio qualificado a detenção ilegal de arma e tráfico de droga.

Deste processo foi extraída certidão para um inquérito autónomo relacionado com o caso mais mediático desta espiral violenta: a morte do empresário Aurélio Palha, dono da discoteca 'Chic'.

A separação do processo sobre o homicídio de Palha resultou da necessidade de diligências complementares pela equipa da procuradora Helena Fazenda.

Aurélio Palha foi mortalmente atingido a tiro quando se encontrava no exterior do estabelecimento a conversar com o segurança Alberto Ferreira ("Berto Maluco"), na madrugada de 27 de Agosto de 2007.

O segurança "Berto Maluco" acabaria abatido a rajadas de metralhadora, junto à sua residência em Santo Ovídio, Gaia, em 10 de Dezembro de 2007.

Segundo fonte judicial, o Tribunal de São João Novo irá acolher brevemente o julgamento do processo relativo à morte do segurança Ilídio Correia, desconhecendo-se ainda a respectiva data.

LYL/JGJ.

Lusa/fim

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