Nobel da Medicina vende a medalha de ouro que recebeu em Oslo

Cientista que descobriu o ADN vende medalha de ouro do Nobel por 2 milhões de euros para "aliviar condições financeiras".
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James Watson, o cientista que ganhou um lugar de destaque na história da biologia por descobrir o ADN, juntamente com Francis Crick, quer vender a medalha que recebeu no Prémio Nobel da Medicina.

Com 86 anos de idade, James Watson, decidiu vender a medalha de ouro e o pergaminho que o acompanha para, segundo o jornal espanhol El Mundo, para "melhorar a sua vida". O biólogo americano comentou que "gostava de ter um quadro de David Hockney por admirar as obras do artista".

A medalha irá a leilão amanhã, na casa de leilões Christie's, e foi avaliada em cerca de 2 milhões de euros.

O El mundo adianta que, os herdeiros do colega britânico de James Watson na descoberta científica, que faleceu em 2004, venderam a medalha de ouro por um valor igualmente alto, mas inferior. A medalha de Francis Crick valeu cerca de 1,6 milhões de euros. A carta do cientista para o seu filho de 12 anos, a explicar a descoberta do ADN, ultrapassou a quantia esperada e atingiu 3,7 milhões de euros.

A venda dos "objetos pessoais" de Crick foram vendidos para doar parte do dinheiro ao Instituto Francis Crick, que irá abrir em 2015 e que se caracteriza por ser um dos maiores centros de investigação científica e médica. Quanto a James Watson a motivação, para vender a sua medalha de ouro, foi outra.

O cientista com 86 anos, afirmou ao Financial Times que vai vender a medalha para "aliviar as dificuldades financeiras que atravessa por ter afirmado em 2007 que os descendentes dos africanos são menos inteligentes do que as outras raças devido à sua genética". "Ninguém quer admitir que eu existo", acrescentou.

Watson insistiu dizendo que não é "um racista de uma forma convencional" e que "tinha sido "estúpido" da parte dele não perceber que os seus comentários sobre a inteligência do povo africano iriam acabar num artigo no The Sunday Times. Os comentários controversos de 2007 trouxeram-lhe dificuldades financeiras.

Apesar disso ainda afirma que pretende usar algumas das receitas para fazer doações às "instituições que cuidaram de mim". Fala da Universidade de Chicago, onde obteve o diploma de graduação e de Clare College, em Cambridge.

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