Caía a noite no Vale da Morte. No miradouro de Zabriskie Point, diante de uma paisagem que mais parece de outro mundo, um carro estacionado de portas abertas. Do seu interior saía música de Stockhausen. À beira do abismo, três homens em êxtase, dois americanos e um francês. Os americanos eram um casal de homossexuais da Califórnia, um jovem professor universitário e um pianista aspirante a compositor. O francês era Michel Foucault, um dos pensadores mais influentes do século XX, talvez o mais influente. Horas antes, os três tinham ingerido uma quantidade apreciável de LSD. Ao princípio, Foucault mostrara-se temeroso e queria tomar apenas metade da dose, mas os americanos convenceram-no de que só uma tablete inteira produziria os efeitos desejados. A acção combinada do cenário lunar do Vale da Morte, dos sons electrónicos de Karlheinz Stockhausen e da dietalmida do ácido lisérgico transformaram aquele entardecer de Maio de 1975 na experiência mais arrebatadora da vida de Michel Foucault, como o próprio diria repetidamente nos anos vindouros..A estada de Foucault na Califórnia, onde leccionou um semestre na Universidade de Berkeley, é conhecida de há muito. Biógrafos como James Miller descrevem-na ao pormenor, não iludindo sequer várias minudências bem íntimas. Nada supera, porém, um livro acabado de sair, Foucault in California, de Simeon Wade. O seu autor, já falecido, foi o jovem professor universitário que convidou Michel Foucault para a jornada ao Vale da Morte, e o manuscrito que relata essa viagem alucinante esteve guardado durante anos, sem que houvesse razão para tanta reserva. Na América de finais dos anos 60 e inícios dos anos 70, consumir drogas psicadélicas era uma moda vulgar e, por mais que remetesse para uma ideia rebelde de "contracultura", tinha-se convertido numa atitude tão banal e comum que não causava surpresa nem despertava o menor escândalo. Em Paris, aliás, Foucault já tinha estado à beira de experimentar LSD; por duas vezes lho tinham oferecido, mas Daniel Defert, seu companheiro de décadas, obrigara-o a recusar a tentadora aventura. O filósofo, de resto, era um habitué das drogas leves (mas não de tabaco...) e recordava com saudade o maravilhoso haxixe das suas temporadas em Marrocos e na Tunísia. Quando travou um célebre diálogo televisivo com Noam Chomski, em Amsterdão, pediu - e conseguiu - que o seu cachê fosse pago em canábis, repartido depois com os alunos. Michel Foucault não era sequer o primeiro intelectual de renome a deambular por universos paralelos: Aldous Huxley, Timothy Leary, Antonin Artaud, Carlos Castaneda, Malcolm Lowry (um dos seus escritores favoritos), todos fizeram a apologia dos alucinogénios e dos seus efeitos na "abertura da consciência" ou, como Foucault preferia dizer, na "desintegração do eu". Até o sisudo Sartre tinha tomado mescalina em condições controladas, no Hospital Saint-Anne de Paris, sob supervisão de um psiquiatra, mas a experiência de perder o domínio de si mesmo fora tão desagradável que nunca mais a repetiu..Após a ida ao Vale da Morte, Foucault visitou uma comunidade taoista, outra excursão previsível, típica da época. E, a par das drogas psicadélicas, fez na Califórnia outra descoberta marcante, o sadomasoquismo. Depois de morar uns dias num quarto de estudante em Berkeley, decidiu residir em Folsom Street, a zona dos bares e das saunas gay. Comprou fatos de couro, algemas, chicotes, bonés de polícia, mergulhou de cabeça nas práticas mais extremas de domínio e submissão. Regressado ao detestado frio e aos preconceitos de Paris, sonharia vezes sem conta com o sol da Costa Oeste e pensou, inclusive, em mudar-se para lá. Destruiu o manuscrito do primeiro volume da História da Sexualidade, entrou num período de bloqueio e impasse na sua fervilhante actividade intelectual..Em muitos aspectos, contudo, permanecia fiel a si mesmo e à sua repulsa visceral por leis e códigos opressores. Numa entrevista radiofónica de 1978 defendeu que não deveriam existir limites legais ao sexo com menores, argumentando que a intimidade não pode ser regulada e que, no limite, até é possível que uma criança deseje ter relações com um adulto. Na mesma linha, sustentou que deveriam ser abolidas todas as sanções penais aplicadas à sexualidade e que a violação tinha de ser tratada como uma simples ofensa à integridade física, pois não existe diferença substancial entre dar um murro na cara de alguém ou penetrá-lo com o pénis. Aos poucos, foi assumindo publicamente a sua homossexualidade, até aí mantida em segredo de Polichinelo..Enganam-se, porém, os que o têm por um intelectual coerentemente alinhado com a esquerda radical. Foucault teve vários gestos desconcertantes, por vezes contraditórios. Apoiou a candidatura de Mitterrand em 1981, para poucos meses depois se afastar em colisão frontal, criticando a cumplicidade tácita do Presidente com o esmagamento do Solidariedade pelo regime comunista polaco. Condenou os terroristas do Baader Meinhof e, surpreendentemente, aproximou-se de Robert Badinter, o ministro da Justiça que promoveu a abolição da pena de morte em França e que pugnava por uma "reforma das prisões", ideia burguesa que Foucault rejeitara totalmente no passado, em especial num dos seus livros mais famosos, Vigiar e Punir, saído em 1975, o ano das epifanias californianas. Namorou - e foi namorado - pelos nouveaux philosophes liberais, com destaque para André Glucksmann, e interessou-se pela sua crítica ao marxismo e ao controlo estatal das liberdades individuais. Recebeu com entusiasmo as notícias da queda do xá Reza Pahlavi, deslocou-se a Teerão como repórter do Corriere della Sera, garantiu ao mundo que os aiatolas não eram um bando de fanáticos, defendeu a revolução iraniana mesmo quando os sinais de barbárie e as execuções em massa estavam à vista de todos. Mas, do mesmo passo, colocou-se ao lado de Israel contra as pretensões dos palestinianos, um dos motivos do seu rompimento com Gilles Deleuze, amigo de longa data..Os que lhe eram mais próximos notavam a mudança. Foucault já não era o intelectual inflamado e estridente que, em 1969, apedrejara a polícia do cimo do edifício da Universidade de Vincennes ou que, em 1972, afrontara as tropas de choque que carregavam sobre os operários da Renault. Tornara-se um homem reservado e taciturno, mais reflexivo, mais cauteloso. As suas aulas deixaram de ser as exposições cintilantes e provocatórias do passado, escutadas por auditórios repletos, e converteram-se em prelecções académicas que oscilavam entre a sobriedade clássica e o indisfarçável tédio. Mudou a sua base de trabalho da Biblioteca Nacional para a Biblioteca du Salchoir, gerida pelos dominicanos, e começou a ler a fundo os escritos dos antigos Padres da Igreja, tema do quarto e último volume da História da Sexualidade, há pouco publicado entre nós. Não se tratou, todavia, de uma conversão espiritual, longe disso. Em Paris, continuou a ser um fervoroso adepto do sadomasoquismo e apoiava cada vez mais os movimentos de defesa dos direitos dos homossexuais, que outrora criticara por entender que assumir-se como gay não era um acto libertador mas, ao invés, algo que limitava a fluidez e a riqueza infinda da sexualidade, sequestrando cada qual numa identidade fixa e imutável, obsoleta. Dedicou-se ao estudo dos estóicos (Séneca, em particular), começou a questionar o papel central que antes atribuíra ao corpo e ao sexo. Dava agora mais importância à amizade, nos planos teórico e prático, e formou um círculo íntimo onde pontificavam a actriz Simone Signoret, o jurista Robert Badinter, o médico Bernard Kouchner, o historiador Paul Veyne, o jovem escritor homossexual Hervé Guibert. Na Primavera de 1983, regressou à Califórnia, e foi aí que sofreu o primeiro colapso, ficando prostrado no chão durante uma eternidade. Os amigos americanos falaram-lhe de uma praga emergente, a que na baía de São Francisco chamavam "cancro gay", mas não lhes deu ouvidos e reagiu com olímpica indiferença - "je n"y crois pas". Os internamentos sucederam-se. Michel Foucault entrara sem remissão nos estreitos caminhos do vale da morte. Trilhara-os anos antes, em 1978, quando, após experimentar ópio, saíra à rua e fora atropelado por um automóvel. Na altura, saboreou a aproximação da morte e a libertação definitiva do corpo como uma experiência mística, o mais supremo dos prazeres eróticos. Agora, proclamava que não iria renunciar ao sexo por causa do perigo de contrair uma doença letal, pois toda a existência comportava riscos ("podemos sair à rua e ser atropelados") e que, se o sexo com um rapaz bonito lhe dava prazer, não havia razão alguma para deixar de o praticar, já que essa seria a melhor e a mais justificada das mortes. "Morrer pelo amor aos rapazes, haverá morte mais maravilhosa?", disse a um amigo..Em 2 de Junho de 1984, Paul-Michel Foucault caiu no chão da cozinha do seu apartamento em Paris. Ficou inconsciente, foi hospitalizado, morreu pouco depois, vitimado por uma doença oportunista que se desenvolvera a partir do vírus da sida. O seu desaparecimento foi envolto num espesso manto de silêncios e inverdades, facto que motivou Daniel Defert, o companheiro indignado, a fundar a primeira associação francesa de luta contra a sida. Pouco antes de morrer, Michel Foucault escrevera a Simeon Wade. Pedia-lhe que o visitasse em Paris, trazendo novas da Califórnia - e um pouco de LSD..Historiador. Escreve de acordo com a antiga ortografia.
Caía a noite no Vale da Morte. No miradouro de Zabriskie Point, diante de uma paisagem que mais parece de outro mundo, um carro estacionado de portas abertas. Do seu interior saía música de Stockhausen. À beira do abismo, três homens em êxtase, dois americanos e um francês. Os americanos eram um casal de homossexuais da Califórnia, um jovem professor universitário e um pianista aspirante a compositor. O francês era Michel Foucault, um dos pensadores mais influentes do século XX, talvez o mais influente. Horas antes, os três tinham ingerido uma quantidade apreciável de LSD. Ao princípio, Foucault mostrara-se temeroso e queria tomar apenas metade da dose, mas os americanos convenceram-no de que só uma tablete inteira produziria os efeitos desejados. A acção combinada do cenário lunar do Vale da Morte, dos sons electrónicos de Karlheinz Stockhausen e da dietalmida do ácido lisérgico transformaram aquele entardecer de Maio de 1975 na experiência mais arrebatadora da vida de Michel Foucault, como o próprio diria repetidamente nos anos vindouros..A estada de Foucault na Califórnia, onde leccionou um semestre na Universidade de Berkeley, é conhecida de há muito. Biógrafos como James Miller descrevem-na ao pormenor, não iludindo sequer várias minudências bem íntimas. Nada supera, porém, um livro acabado de sair, Foucault in California, de Simeon Wade. O seu autor, já falecido, foi o jovem professor universitário que convidou Michel Foucault para a jornada ao Vale da Morte, e o manuscrito que relata essa viagem alucinante esteve guardado durante anos, sem que houvesse razão para tanta reserva. Na América de finais dos anos 60 e inícios dos anos 70, consumir drogas psicadélicas era uma moda vulgar e, por mais que remetesse para uma ideia rebelde de "contracultura", tinha-se convertido numa atitude tão banal e comum que não causava surpresa nem despertava o menor escândalo. Em Paris, aliás, Foucault já tinha estado à beira de experimentar LSD; por duas vezes lho tinham oferecido, mas Daniel Defert, seu companheiro de décadas, obrigara-o a recusar a tentadora aventura. O filósofo, de resto, era um habitué das drogas leves (mas não de tabaco...) e recordava com saudade o maravilhoso haxixe das suas temporadas em Marrocos e na Tunísia. Quando travou um célebre diálogo televisivo com Noam Chomski, em Amsterdão, pediu - e conseguiu - que o seu cachê fosse pago em canábis, repartido depois com os alunos. Michel Foucault não era sequer o primeiro intelectual de renome a deambular por universos paralelos: Aldous Huxley, Timothy Leary, Antonin Artaud, Carlos Castaneda, Malcolm Lowry (um dos seus escritores favoritos), todos fizeram a apologia dos alucinogénios e dos seus efeitos na "abertura da consciência" ou, como Foucault preferia dizer, na "desintegração do eu". Até o sisudo Sartre tinha tomado mescalina em condições controladas, no Hospital Saint-Anne de Paris, sob supervisão de um psiquiatra, mas a experiência de perder o domínio de si mesmo fora tão desagradável que nunca mais a repetiu..Após a ida ao Vale da Morte, Foucault visitou uma comunidade taoista, outra excursão previsível, típica da época. E, a par das drogas psicadélicas, fez na Califórnia outra descoberta marcante, o sadomasoquismo. Depois de morar uns dias num quarto de estudante em Berkeley, decidiu residir em Folsom Street, a zona dos bares e das saunas gay. Comprou fatos de couro, algemas, chicotes, bonés de polícia, mergulhou de cabeça nas práticas mais extremas de domínio e submissão. Regressado ao detestado frio e aos preconceitos de Paris, sonharia vezes sem conta com o sol da Costa Oeste e pensou, inclusive, em mudar-se para lá. Destruiu o manuscrito do primeiro volume da História da Sexualidade, entrou num período de bloqueio e impasse na sua fervilhante actividade intelectual..Em muitos aspectos, contudo, permanecia fiel a si mesmo e à sua repulsa visceral por leis e códigos opressores. Numa entrevista radiofónica de 1978 defendeu que não deveriam existir limites legais ao sexo com menores, argumentando que a intimidade não pode ser regulada e que, no limite, até é possível que uma criança deseje ter relações com um adulto. Na mesma linha, sustentou que deveriam ser abolidas todas as sanções penais aplicadas à sexualidade e que a violação tinha de ser tratada como uma simples ofensa à integridade física, pois não existe diferença substancial entre dar um murro na cara de alguém ou penetrá-lo com o pénis. Aos poucos, foi assumindo publicamente a sua homossexualidade, até aí mantida em segredo de Polichinelo..Enganam-se, porém, os que o têm por um intelectual coerentemente alinhado com a esquerda radical. Foucault teve vários gestos desconcertantes, por vezes contraditórios. Apoiou a candidatura de Mitterrand em 1981, para poucos meses depois se afastar em colisão frontal, criticando a cumplicidade tácita do Presidente com o esmagamento do Solidariedade pelo regime comunista polaco. Condenou os terroristas do Baader Meinhof e, surpreendentemente, aproximou-se de Robert Badinter, o ministro da Justiça que promoveu a abolição da pena de morte em França e que pugnava por uma "reforma das prisões", ideia burguesa que Foucault rejeitara totalmente no passado, em especial num dos seus livros mais famosos, Vigiar e Punir, saído em 1975, o ano das epifanias californianas. Namorou - e foi namorado - pelos nouveaux philosophes liberais, com destaque para André Glucksmann, e interessou-se pela sua crítica ao marxismo e ao controlo estatal das liberdades individuais. Recebeu com entusiasmo as notícias da queda do xá Reza Pahlavi, deslocou-se a Teerão como repórter do Corriere della Sera, garantiu ao mundo que os aiatolas não eram um bando de fanáticos, defendeu a revolução iraniana mesmo quando os sinais de barbárie e as execuções em massa estavam à vista de todos. Mas, do mesmo passo, colocou-se ao lado de Israel contra as pretensões dos palestinianos, um dos motivos do seu rompimento com Gilles Deleuze, amigo de longa data..Os que lhe eram mais próximos notavam a mudança. Foucault já não era o intelectual inflamado e estridente que, em 1969, apedrejara a polícia do cimo do edifício da Universidade de Vincennes ou que, em 1972, afrontara as tropas de choque que carregavam sobre os operários da Renault. Tornara-se um homem reservado e taciturno, mais reflexivo, mais cauteloso. As suas aulas deixaram de ser as exposições cintilantes e provocatórias do passado, escutadas por auditórios repletos, e converteram-se em prelecções académicas que oscilavam entre a sobriedade clássica e o indisfarçável tédio. Mudou a sua base de trabalho da Biblioteca Nacional para a Biblioteca du Salchoir, gerida pelos dominicanos, e começou a ler a fundo os escritos dos antigos Padres da Igreja, tema do quarto e último volume da História da Sexualidade, há pouco publicado entre nós. Não se tratou, todavia, de uma conversão espiritual, longe disso. Em Paris, continuou a ser um fervoroso adepto do sadomasoquismo e apoiava cada vez mais os movimentos de defesa dos direitos dos homossexuais, que outrora criticara por entender que assumir-se como gay não era um acto libertador mas, ao invés, algo que limitava a fluidez e a riqueza infinda da sexualidade, sequestrando cada qual numa identidade fixa e imutável, obsoleta. Dedicou-se ao estudo dos estóicos (Séneca, em particular), começou a questionar o papel central que antes atribuíra ao corpo e ao sexo. Dava agora mais importância à amizade, nos planos teórico e prático, e formou um círculo íntimo onde pontificavam a actriz Simone Signoret, o jurista Robert Badinter, o médico Bernard Kouchner, o historiador Paul Veyne, o jovem escritor homossexual Hervé Guibert. Na Primavera de 1983, regressou à Califórnia, e foi aí que sofreu o primeiro colapso, ficando prostrado no chão durante uma eternidade. Os amigos americanos falaram-lhe de uma praga emergente, a que na baía de São Francisco chamavam "cancro gay", mas não lhes deu ouvidos e reagiu com olímpica indiferença - "je n"y crois pas". Os internamentos sucederam-se. Michel Foucault entrara sem remissão nos estreitos caminhos do vale da morte. Trilhara-os anos antes, em 1978, quando, após experimentar ópio, saíra à rua e fora atropelado por um automóvel. Na altura, saboreou a aproximação da morte e a libertação definitiva do corpo como uma experiência mística, o mais supremo dos prazeres eróticos. Agora, proclamava que não iria renunciar ao sexo por causa do perigo de contrair uma doença letal, pois toda a existência comportava riscos ("podemos sair à rua e ser atropelados") e que, se o sexo com um rapaz bonito lhe dava prazer, não havia razão alguma para deixar de o praticar, já que essa seria a melhor e a mais justificada das mortes. "Morrer pelo amor aos rapazes, haverá morte mais maravilhosa?", disse a um amigo..Em 2 de Junho de 1984, Paul-Michel Foucault caiu no chão da cozinha do seu apartamento em Paris. Ficou inconsciente, foi hospitalizado, morreu pouco depois, vitimado por uma doença oportunista que se desenvolvera a partir do vírus da sida. O seu desaparecimento foi envolto num espesso manto de silêncios e inverdades, facto que motivou Daniel Defert, o companheiro indignado, a fundar a primeira associação francesa de luta contra a sida. Pouco antes de morrer, Michel Foucault escrevera a Simeon Wade. Pedia-lhe que o visitasse em Paris, trazendo novas da Califórnia - e um pouco de LSD..Historiador. Escreve de acordo com a antiga ortografia.