No Porto a Primavera tem três dias. E chega quinta-feira
O Porto recebe a partir de quinta-feira mais uma edição do NOS Primavera Sound. A exemplo do irmão mais velho, nascido em Barcelona há 15 anos, também a versão portuguesa deste festival é hoje uma referência para os fãs, vindos um pouco de toda a Europa, que desde 2012 transformam a cidade, durante três dias, numa verdadeira capital da música alternativa. Ao todo, serão mais de 50 os concertos que entre os dias 9 e 11 de junho, nos quatro palcos do festival.
Logo para quinta-feira está preparado um verdadeiro alinhamento de luxo, bem representativo do espírito deste festival, que desde o início, tanto em Barcelona como no Porto, cruza diversos estilos e períodos musicais do universo indie, numa mistura de artistas consagrados com nomes emergentes. Numa noite que funciona como uma espécie de aquecimento para os dias seguintes e apenas com dois dos palcos a funcionar, vão passar pelo Parque da Cidade nomes como Deerhunter, Julia Holter, Parquet Courts, Wild Nothing e ainda o rock etéreo dos islandeses Sigur Rós ou o experimentalismo dos norte-americanos Animal Collective, a festejar neste ano uma década e meia de carreira.
Para sexta-feira estão reservados dois dos concertos mais aguardados desta edição: o da inglesa PJ Harvey, que ao contrário das últimas visitas a Portugal se apresenta na sua versão mais rock, e o do norte-americano Brian Wilson. O fundador dos Beach Boys vai interpretar na íntegra o histórico álbum Pet Sounds, lançado há 50 anos e ainda hoje considerado uma das maiores obras-primas da história da música popular, naquela que será a última oportunidade de o ouvir ao vivo, como entretanto já anunciou o músico. Um concerto que por certo ficará na história do Primavera Sound, a exemplo de outros, como o de Caetano Veloso, em 2014, ou a atuação dupla de Patti Smith, no ano passado.
Ainda na sexta destaque para a habitual piscadela de olho aos anos 90, materializada nas atuações de três dos mais icónicos grupos do rock independente desta década: Dinosaur Jr, Tortoise e Mudhoney.
Para sábado, a escolha será igualmente difícil, tal a sucessão de concertos, alguns deles em simultâneo, nos quais se destacam nomes como Titus Andronicus, Explosions in the Sky, Shellac, Ty Segall ou a dupla francesa Air, que na viragem do século, com álbuns como Moon Safari ou The Virgin Suicides, reinventou o conceito de música eletrónica e assume o estatuto de cabeça de cartaz neste último dia.
Um festival gourmet
Nesta edição, a organização do festival volta a promover uma área de restauração com algumas das mais carismáticas casas de petiscos do Porto. Instituições como a Padaria Ribeiro, a Casa Guedes e respetivas sandes de pernil, a Conga e as suas condimentadas bifanas, a "melhor francesinha do mundo" do Lado B ou as famosas sandes de presunto da Badalhoca são algumas das bancas que, ano após ano, têm reconfortado o estômago do público, surpreendendo, especialmente, quem vem do estrangeiro, pouco habituado a encontrar este tipo de iguarias em festivais de música.
Para facilitar o acesso ao festival, o NOS Primavera Sound voltou a associar-se à STCP, ao Metro do Porto e à CP para facilitar o acesso ao Parque da Cidade. No caso dos autocarros da STCP, será criada uma ligação direta entre a Praça Cidade Salvador e a Avenida dos Aliados, com paragens intermédias ao longo do percurso, que funcionará durante as madrugadas dos dias 10, 11 e 12 de junho entre as 00.20 e as 07.00. Para quem venha de fora da cidade, a CP oferece diversos descontos, tanto nos serviços Intercidades, Regional ou Inter Regional como nos Urbanos do Porto.