Nigerianos não lutam pela al-Qaeda
Apesar de serem conhecidos como "talibãs", os radicais que estão na origem da violência no norte da Nigéria não têm relação com o movimento islâmico do mesmo nome que combate no Afeganistão. Os boko haram - que defendem a instauração da lei islâmica e opõem-se à educação ocidental - nem sequer lutam ao serviço da Al-Qaeda, a organização terrorista de Ussama ben Laden, como outros movimentos no Médio Oriente e leste asiático e nos países do norte de África. Etnólogos explicam que a força das identidades e tradições locais é forte o suficiente para impedir que o radicalismo islâmico se imponha claramente. A prova disso são as divisões das várias comunidades no norte do país onde a maioria da população é muçulmana, por oposição, ao sul, cristão. Cientistas políticos consideram que a violência na Nigéria é antes de mais provocada pela pobreza e a escassez de recursos. As diferenças religiosas e étnicas servem apenas para alimentar o conflito latente.