Nicolas Sarkozy herda a crise criada pela Irlanda

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Europa. A Eslovénia termina a sua presidência da União Europeia sem conseguir luz verde de todos os Estados membros ao Tratado de Lisboa, documento que o Chefe do Estado francês considera essencial para continuar a abrir a porta do clube a outros países. Posição que nem todos os líderes apoiam

Sarkozy diz que sem Lisboa não há alargamento

Do último Conselho da presidência eslovena da União Europeia não saiu qualquer decisão sobre o que fazer após o "não" irlandês ao Tratado de Lisboa. Os chefes de Estado e de Governo, reunidos em Bruxelas, adiaram o debate sobre possíveis soluções para a Cimeira de Outubro, já sob a presidência francesa.

Brian Cowen, primeiro-ministro irlandês, disse em Bruxelas que precisa de tempo para analisar as razões que levaram o eleitorado a votar contra a ratificação do Tratado de Lisboa. O melhor que os líderes conseguiram foi que os sete estados-membros que ainda não ratificaram o documento o façam sem bloqueios. Neste grupo, a República Checa é o país que pode ainda trazer problemas, já que o Senado do país enviou o documento ao Tribunal Constitucional para averiguar se está conforme com a Constituição.

À saída da reunião, o primeiro- -ministro José Sócrates reiterou a determinação de todos os estados-membros em ratificar o documento. Por seu turno, o chefe do Governo checo, Mirek Topolanek, chegou a afirmar que "se (o Tratado) fosse a votos no Parlamento hoje, não apostaria" que passasse.

Os 27 também não definiram um calendário que leve à entrada em vigor do Tratado de Lisboa. Sócrates reafirmou a necessidade de que o processo fique completo "o mais rapidamente possível", pois "a Europa precisa deste tratado e o mundo também precisa dos valores e da política europeia". Em sua opinião, "a pressa é má conselheira" e, portanto, "voltaremos a discutir" no primeiro Conselho Europeu da presidência de Nicolas Sarkozy. "Queremos fazê-lo com a Irlanda", disse Sócrates, que repete a fórmula avançada no primeiro dia de reunião: depois de analisadas as razões do "não", os líderes vão tentar "achar as soluções jurídicas" que assentem nesses motivos e que "permitam à Irlanda ratificar o Tratado de Lisboa".

O Presidente francês, a quem caberá a moderação dos debates sobre o futuro institucional da UE e do roteiro para a saída da crise inaugurada com o voto irlandês, afirmou, também no final da reunião de ontem, que "sem Lisboa, não há alargamento", declaração que a Polónia rejeitou.|

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