Nesta Black Friday compras online, sim, mas com toda a segurança
Os descontos da Black Friday estão aí e convidam às compras nas lojas físicas e online, sobretudo com o Natal mesmo a bater à porta. Só que as pechinchas que se encontram na Internet podem envolver riscos e armadilhas montados para apanhar quem não os tem em conta. Por isso, se vai fazer compras online é preciso "ter sempre presente um conjunto de cuidados para garantir a segurança das operações realizadas [e] a salvaguarda dos dados pessoais", alerta a Associação Portuguesa de Bancos (APB), que há anos vem levando a cabo várias iniciativas para aumentar a literacia financeira da população portuguesa. Desta vez, disponibilizou diversos conteúdos no seu site saberdecontas.pt que ensinam a "minimizar os riscos de uma utilização indevida por terceiros" das suas compras.
Segundo os dados da SIBS Analytics - o departamento de análise de dados da Sociedade Interbancária de Serviços, entidade que cobre todo o processo de emissão e processamento de cartões de débito, crédito ou pré-pagos das principais marcas internacionais, como a Visa, MasterCard, etc., bem como a marca Multibanco -, entre janeiro e outubro deste ano, verificaram-se 1,4 mil milhões de operações de pagamento eletrónico (+31% face ao mesmo período do ano passado), no valor de 58,9 mil milhões de euros.
Embora nem a APB nem o Banco de Portugal tenham dados sobre, de entre as fraudes praticadas online, qual a percentagem realizada em contexto de compras, há um dado que é certo e já confirmado pela fintech internacional: os dados dos cartões de pagamento são considerados uma mercadoria apetecível. De tal modo que um estudo da NordVPN sobre os preços na Dark Web aponta para que os dados de um único cartão de pagamento roubado possam valer dezenas ou mesmo centenas de dólares.
É para evitar que os utilizadores portugueses das lojas online fiquem expostos - os dados do mais recente Estudo Digital revelam que 13% dos portugueses fizeram compras na internet mais de cinco vezes nos últimos três meses e que 65% destes gastaram até 300 euros - que a APB disponibiliza informação e recomendações sobre como fazer esta utilização em segurança num artigo dedicado no seu site.
Desde logo, diz a associação especializada, sempre que possível, deve recorrer apenas a websites conhecidos e com reputação, que permitam realizar transações seguras. E confirmar esta segurança é fácil: basta procurar o pequeno cadeado na barra do endereço, logo à esquerda, no início do mesmo, e verificar se o site começa por https://.
Além disso, "verifique se o comerciante é fiável, nomeadamente se disponibiliza o contacto, morada, número de identificação fiscal e se permite a troca ou reembolso dos artigos", aconselha a APB. E, sobretudo, "tenha cuidado com as ofertas bombásticas: se parece demasiado bom para ser verdade é porque provavelmente não é verdade".
Depois, quando estiver a fazer as suas compras ou pagamentos online, nunca use redes públicas de wi-fi, sobretudo se tiver de inserir os seus dados do cartão de crédito.
É por isso que deve direcionar as suas preferências para sites que permitam o pagamento das compras sem ter de facultar os dados reais do seu cartão, como por exemplo as opções MB Net ou até para sites intermediários, como o MB Way ou o PayPal, aconselha a APB.
No final, certifique-se de que todos os custos estão corretos, antes de aprovar a operação/transação e guarde sempre o comprovativo de pagamento.
À cautela, diz a APB, convém rever regularmente o extrato da conta e comparar as datas e os montantes movimentados, de modo a verificar os seus gastos. "Se detetar algum pagamento não autorizado, comunique-o de imediato ao seu banco."
Com todos estes riscos, e havendo meios de pagamento online à distância alternativos (ver caixa), é natural que o português médio ainda se interrogue por que razão muitos sites de compras continuam a só permitir as transações com os cartões de crédito do cliente. Os técnicos da Área Digital da APB explicam.
"Importa referir que o pagamento com cartão continua a ser um dos métodos mais seguros, com níveis de fraude reduzidos, de acordo com os dados conhecidos", afirmam. "As mais recentes regras europeias vieram reforçar essa segurança, através dos chamados mecanismos de "autenticação forte", como é o caso do protocolo 3D Secure nos cartões bancários", garantem, acrescentando: "Caso o cliente não tenha ainda o 3D Secure ativado no seu cartão para os pagamentos online, deve aderir ao mesmo junto do seu banco. É importante não esquecer que o esforço de prevenção e combate ao cibercrime deve ser partilhado por todos".
No artigo intitulado Como fazer pagamentos online em segurança?, em saberdecontas.pt, a APB explica a forma segura de fazer pagamentos com cartões de crédito e outros meio de pagamento à distância. A associação vem organizando várias iniciativas de modo a propiciar uma utilização mais segura e responsável dos canais digitais dos bancos, nomeadamente ações de formação junto das escolas e do público em geral. A mais recente, neste ano, destaca a APB, foi o Programa de Literacia Digital da APB - Tudo o que precisa de saber sobre banca online - dirigida à população sénior, e que ter uma segunda edição já em 2023.