Negociações sobre Chipre adiam início do Eurogrupo
"As negociações estão em andamento" entre o Presidente cipriota, Nicos Anastasiades, e os vários líderes europeus e do Fundo Monetário Internacional (FMI), disse a mesma fonte para explicar o atraso da reunião do Eurogrupo, que se realiza em Bruxelas, com a presença dos ministros das Finanças dos 17 países que integram a zona euro e não via teleconferência.
Esta informação já tinha sido avançada na sexta-feira por fontes comunitárias, mas só no sábado foi confirmada oficialmente.
O governo de Nicósia está envolvido numa corrida contra o tempo para concluir, antes de segunda-feira, com os seus parceiros europeus um plano de resgate financeiro, após o Parlamento cipriota ter rejeitado na terça-feira o projeto que previa o pagamento de um imposto sobre depósitos bancários.
Na sexta-feira, o Parlamento cipriota aprovou um conjunto de projetos-leis, um dos quais prevê a reestruturação da instituição bancária Laiki Bank.
Entre os projetos-lei aprovados, está um que permite a restrição de movimentos de capitais, com o objetivo de evitar a saída de dinheiro.
Além da reestruturação do Laiki Bank, foi criado um Fundo Nacional de Solidariedade, ao qual se destinará parte das reservas dos fundos de reformados e do seguro médico dos funcionários públicos.
O fundo estará aberto a doações de cidadãos e de empresas privadas, podendo incluir, posteriormente, a oferta da Igreja Ortodoxa cipriota, que se ofereceu para hipotecar as suas propriedades e assim obter recursos para o Estado.
O objetivo do projeto, agora conhecido como "plano B", é reunir os sete mil milhões de euros que exige a 'troika' e credores internacionais para a concessão de um plano de resgate de 10 mil milhões de euros.
Chipre deverá garantir esse montante até segunda-feira, a condição imposta pela 'troika' para desbloquear o resgate e sem o qual o Banco Central Europeu (BCE) já ameaçou interromper o envio de liquidez de urgência para os bancos insolúveis, condenando-os na prática à falência.