O navio Ana Cecília navegou a partir do porto de Miami, na Florida. A viagem foi conduzida pela empresa International Port Corporation (IPC), que solicitou e recebeu as autorizações necessárias por parte do Governo norte americano, tendo estas sido concedidas pelo Instituto de Controlo de Bens Estrangeiros e pelo Departamento de Comércio. Apenas o transporte de material enviado por parentes que vivem na ilha e por organizações de caridade foi autorizado.."É um processo difícil que requer várias etapas", explicou Leonardo Adega Sanchez, porta-voz da empresa IPC, ao jornal espanhol El País. "Nós somos os primeiros a fazê-lo. Houve muitas pessoas que tentaram e desistiram, de tão complicado que é. Devemos ter em conta os regulamentos dos EUA, os regulamentos de Cuba. A ideia surgiu há dois anos, quando decidimos que valia a pena trabalhar no envio de ajuda humanitária para a ilha", acrescentou..O barco deixou o porto de Miami com uma rota combinada com a Guarda Costeira para entrar em águas internacionais e voltar aos EUA, sem reabastecer na costa cubana, nem aceitar qualquer tripulação ou bens provenientes da ilha. Cumpre, assim, as condições do embargo, em vigor desde 1962..A abertura desta rota espoletou reclamações no Congresso norte americano, nomeadamente entre o setor de legisladores americanos que têm origens cubanas. A presidente da Comissão dos Assuntos Externos da Câmara dos Representantes, a republicana Ileana Ros-Lehtinen, enviou uma carta no dia 19 de junho ao Instituto de Controlo de Bens Estrangeiros a pedir uma investigação à empresa IPC no sentido de saber se ela está ou não a violar leis em vigor nos Estados Unidos.