Nave Starliner aterrou em segurança no deserto do Novo México
Eram 12.58 (hora de Lisboa) deste domingo quando a nave Starliner da Boeing, que no futuro servirá de transporte a tripulações para a estação espacial internacional (ISS, na sigla inglesa), tocou o solo no deserto do Novo México, nos Estados Unidos.
Regressada de uma missão de apenas três dias, que não chegou a cumprir todos os objetivos e que também teve de ser encurtada, mas que acabou por fazer história, a Starliner foi a primeira cápsula espacial a fazer uma aterragem em território americano com o auxílio de paraquedas e airbags para amortecer o impacto com a superfície - o estilo de aterragem usado pelas naves russas Soyuz e que também já foi usada com êxito em Marte.
A expectativa para a aterragem da cápsula espacial desenvolvida pela Boeing era, no entanto, enorme e havia bons motivos para isso. Por um lado porque se tratou do primeiro teste de uma cápsula espacial americana desenvolvida por um operador privado e, por outro, porque o início da missão acabou por não ser tão auspicioso como se esperava, já que um dos principais objetivos - atracar na estação espacial - não pôde ser cumprido.
Lançada na sexta-feira, a Starliner não conseguiu atingir a altitude de 340 km, à qual se encontra a ISS. Uma falha no relógio central impediu a ascensão de prosseguir e por issoa nave acabou por ficar numa órbita a 250 km de altitude da superfície terrestre, onde permaneceu apenas três dias, quando a missão deveria ter durado uma semana.
Durante as 33 órbitas que cumpriu neste curto período, a Boeing, em conjunto com a NASA, testou uma série de performances e detalhes técnicos da nave, mas acabou por não conseguir verificar a manobra de atracagem à ISS, que era um dos objetivos essenciais da missão.
Ainda assim, o voo foi considerado um sucesso por tudo o resto, incluindo a histórica aterragem. Depois de uma descida sem mácula, a partir de órbita, com a abertura dos três paraquedas e a entrada em ação dos airbags nos timings previstos, a melhor descrição da chegada da nave foi de Mark Fincke, um dos astronautas que integrará a primeira tripulação a viajar na Starliner, mas ainda sem data marcada - ."uma aterragem suave", comentou o astronauta da NASA.
Se a missão tivesse sido cumprida a 100%, o próximo voo da nave da Boeing já poderia fazer-se com tripulação a bordo. Mas sem a manobra de atracagem à ISS estar ainda testada, o mais provável é que tenha de ser agendado mais um voo de teste, antes de isso se concretizar.