Navalny confirma que está numa prisão no Ártico russo. "Estou bem"

O ativista anticorrupção, oposicionista e crítico do presidente russo foi detido em 2021 e posteriormente condenado a uma pena de 19 anos de prisão. Navalny está agora detido numa colónia penitenciária no Ártico russo após ter permanecido com destino desconhecido durante quase três semanas.
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"Estou bem", lê-se numa mensagem publicada, esta terça-feira, na conta da rede social X (antigo Twitter) do opositor russo Alexei Navalny, confirmando, assim, a sua transferência para uma prisão no Ártico russo. Após quase três semanas sem se saber do paradeiro de Navalny, os seus apoiantes informaram na segunda-feira que estava preso na colónia penitenciária perto da cordilheira dos Urais, no Ártico.

A viagem até ao novo local de detenção durou 20 dias "bastante cansativos", referiu Navalny na rede social. "Fui transportado com tanta precaução e por uma rota tão estranha (...) que não esperava que alguém me encontrasse aqui antes de meados de janeiro", relatou.

"De qualquer forma, não se preocupem comigo. Estou bem. Estou aliviado por finalmente estar aqui", acrescentou o opositor russo.

Alexei Navalny, ativista anticorrupção, oposicionista e crítico do presidente russo, Vladimir Putin, foi detido em 2021 e posteriormente condenado a uma pena de 19 anos de prisão.

Kharp, uma pequena cidade com uma população de cerca de 5.000 habitantes, situa-se em Yamalo-Nenetsia, uma região remota do norte da Rússia, a norte do Círculo Polar Ártico, e alberga várias colónias penitenciárias.

Acusado de extremismo, segundo a sentença do tribunal, Navalny deve cumprir a sua pena numa colónia de "regime especial", uma categoria de estabelecimentos onde as condições de detenção são as mais duras e que são normalmente reservadas a presos a cumprir pena de prisão perpétua e aos detidos mais perigosos.

Uma das colónias de "regime especial" situa-se precisamente em Kharp, a colónia número 18, ou "Coruja Polar".

Os serviços penitenciários russos admitiram, em 15 de dezembro, que Navalny tinha sido transferido da cadeia de Vladimir, onde cumpria pena desde junho de 2022, mas não precisaram o seu novo destino.

Os advogados do opositor, sentenciado a 30 anos de prisão, não tinham contacto com o seu cliente desde 5 de dezembro e os seus colaboradores lançaram a campanha mundial "Onde está Navalny?".

Em 7 de dezembro, Navalny apelou da cadeia ao voto contra Putin nas eleições de 17 de março próximo.

No sábado, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, manifestou-se preocupado com a falta de informação sobre o paradeiro de Alexei Navalny e exigiu ao Kremlin que o opositor russo fosse libertado o quanto antes.

Na mesma mensagem, Blinken exigiu a "libertação imediata" do opositor russo e que o Governo do Presidente Vladimir Putin deixe de "reprimir as vozes independentes na Rússia".

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