Naufrágio levou capitão do porto da Figueira da Foz a pedir exoneração
O capitão do porto da Figueira da Foz, Paulo Inácio, pediu hoje a exoneração do cargo, que foi aceite pela Autoridade Marítima.
O mesmo foi confirmado ao DN pelo comandante Paulo Vicente, porta-voz da Marinha, para quem a Autoridade Marítima remeteu esclarecimentos. "O capitão do porto da Figueira da Foz pediu hoje a exoneração do cargo, que foi aceite", confirmou o comandante.
Em causa está o naufrágio, na semana passada, do arrastão Olívia Ribau naufragou à entrada do porto da Figueira da Foz. Dois pescadores sobreviveram e cinco morreram no naufrágio. "O pedido de exoneração deveu-se a todos os condicionalismos relativos ao trágico evento da semana passada", admitiu Paulo Vicente.
Tendo em conta a importância do cargo, "a posição do capitão podia ficar fragilizada e esta foi a melhor decisão. Substituindo o capitão do porto de forma a reforçar a autoridade de uma figura que é fundamental. Um capitão de um porto marítimo não pode ficar fragilizado", acrescentou.
[citacao:a posição do capitão podia ficar fragilizada e esta foi a melhor decisão]
Paulo Inácio vai manter-se em funções, até ser substituído, o que levará apenas "alguns dias". O novo responsável pela Capitania do Porto da Figueira da Foz é Silva Rocha, um oficial, com "larga experiência", que exerce funções na Direção Geral da Autoridade Marítima e que foi comandante do Porto da Póvoa de Varzim/Vila do Conde.
Na sequência do naufrágio, a Autoridade Marítima assumiu que iria fazer uma "análise interna" à operação de salvamento. Mas o porta-voz da Marinha sublinha que o pedido de exoneração "não tem a ver com processo interno de averiguações que está a decorrer e sobre o qual ainda não há conclusões".
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As críticas à Autoridade Marítima foram motivadas pela demora no salvamento e pelos recursos que foram empregues: foi um agente da Polícia Marítima que, apesar de estar de licença de paternidade, salvou dois dos sete tripulantes do arrastão naufragado numa mota de água.
A operação de salvamento, que se prolongou por seis dias, foi criticada por pescadores e familiares das vítimas.
Notícia atualizada às 18.35.