Portugal está alinhado com a União Europeia no percurso da sustentabilidade ambiental. Esta é uma das principais conclusões do Índice de Transição Verde desenvolvido, pela primeira vez, pela consultora estratégica Oliver Wyman..Neste trabalho foi efetuada uma análise detalhada ao desempenho em matéria de sustentabilidade e redução de emissões de carbono de 29 países, incluindo os da União Europeia, Reino Unido e Noruega..Estes dados são analisados tendo em conta sete categorias: a indústria transformadora, economia, resíduos, edifícios, transportes, energia e natureza. Cada uma é pontuada e a soma destes valores forma uma classificação para cada país, permitindo a comparação do desempenho entre países ou regiões europeias..A consultora sentiu a necessidade de desenvolver este índice devido à crescente pressão global sobre empresas e governos para adotar políticas e práticas pró-ambiente. Também vários setores da sociedade pedem a necessidade de um modelo económico menos dependente dos combustíveis fósseis, pedido que se tornou ainda mais relevante na Europa com a guerra na Ucrânia..Portugal encontra-se na posição 18 em 29, com uma pontuação de 48 em 100, estando quatro lugares atrás de Espanha. As categorias em que o país mais se destaca são na energia e nos edifícios, estando em quinto e segundo respetivamente..Este destaque de Portugal na energia é explicado pelo facto de o país se destacar em dimensão de projetos de hidrogénio verde em relação ao PIB, em capacidade de projetos de armazenamento relacionados com baterias e com o peso das energias renováveis e biocombustíveis na produção de eletricidade..Quanto aos edifícios, Portugal está na segunda posição desta categoria juntamente com os Países Bálticos e a Europa Oriental. Esta classificação é explicada pela utilização de energias renováveis para aquecimento doméstico e pelo baixo consumo de eletricidade per capita. Os países escandinavos e da Europa Ocidental são dos que registam piores resultados, pois dependem fortemente dos combustíveis fósseis para aquecer as casas. No entanto, em termos de edifícios construídos com certificações de construção sustentável, Portugal ocupa a décima nona posição..No entanto, Portugal é dos "alvos do estudo" que pior se classifica em termos de gestão de resíduos e conservação da natureza. Segundo este estudo, é o país que regista das maiores taxas de circularidade de resíduos, além de ser dos países que mais gera resíduos domésticos..Este estudo mostra que há uma correlação entre o PIB per capita e o resultado deste índice, apesar de haver algumas exceções. Por exemplo, o Luxemburgo, a Irlanda e a Noruega têm um pior desempenho apesar da sua riqueza, e Itália, Eslovénia e Estónia têm um desempenho melhor apesar de terem um PIB mais baixo.."Dadas as enormes necessidades de capital, parece plausível que os países mais ricos estejam mais avançados em termos de sustentabilidade ambiental. E de facto, quando se analisa a relação entre a riqueza de um país, medida pelo PIB per capita, e o seu desempenho no Índice de Transição Verde (GTI), a conclusão é clara: os países mais ricos, com os meios financeiros para investir na transição, tendem a ter uma pontuação mais alta do que os países com um desempenho económico mais baixo", refere Pepa Chiarri, diretora da Oliver Wyman para o Clima e Sustentabilidade..A Europa é líder na corrida para a sustentabilidade mas apesar de tudo a diferentes ritmos..sara.a.santos@dn.pt