NATO desafiada por embarcações de refugiados
O atual inimigo da NATO já não é constituído por forças militares poderosas que sejam capazes de pôr em cheque as forças aeronavais da principal aliança defensiva do Ocidente. Hoje, são pequenas embarcações, muitas delas improvisadas e, na sua generalidade, sem qualquer tipo de armamento, que afrontam os navios de guerra ocidentais. Os numerosos refugiados que procuram escapar aos sangrentos conflitos que se desenvolvem no Médio Oriente e abrigar-se nos espaços pacíficos e prósperos da Europa, para garantir um futuro normal para os seus filhos, constituem um desafio que os europeus temem. Uma "invasão" maciça destes imigrantes desestabilizaria o atual modo de vida europeu e traduzir-se-ia num desvio para fins de segurança dos investimentos que estão a proporcionar aos europeus um nível de bem-estar invejado por todos quantos fogem a situações de conflito permanente, cujos focos se multiplicam tanto na fronteira leste como na fronteira sul do velho continente. A resposta militar que se desenvolve contra este novo "inimigo", visando soluções de estabilização, revela uma faceta do emprego de meios bélicos que não costuma ser devidamente salientada quando se debatem os sistemas de forças militares que devem ser implantados nos países do Ocidente. Garantir a paz não é apenas o resultado de uma guerra que se é obrigado a fazer. Também pode surgir do facto de essa guerra ser evitada pela existência de suficientes forças de dissuasão que sejam capazes de a impedir.
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