NASA preparou plano B para regresso

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Câmaras, manobras em estreia e sistemas de recurso. Este voo do Discovery não teve precedentes em termos de segurança. Foram, de resto, as câmaras que permitiram detectar os pedaços de espuma que se soltaram do tanque de combustível durante o lançamento. Duas novas manobras, já em órbita, foram também idealizadas para visualizar cada centímetro da cobertura térmica da nave.

Valeu a pena a preocupação. Depois da análise das imagens, os técnicos da NASA detectaram dois problemas no escudo térmico do veículo que, feitas as contas, poderiam constituir um problema sério para a reentrada do Discovery na atmosfera terrestre, no regresso à Terra.

O problema deu, aliás, origem à primeira reparação em órbita de um vaivém, uma operação considerada histórica, que causou muito nervosismo em terra, e também no espaço, mas que acabou por ser um sucesso.

E se não tivesse sido um sucesso? Qual seria o destino dos sete tripulantes do Discovery, se o astronauta norte-americano Steve Robinson, que fez o passeio espacial até ao casco da nave para consertar os danos, não tivesse conseguido fazê-lo? A situação seria então muito difícil, mas não necessariamente crítica.

A NASA tinha previsto um plano B para essa eventualidade. Se o regresso em condições de segurança se tornasse de todo impossível, os astronautas poderiam refugiar--se temporariamente na Estação Espacial Internacional (ISS), à qual o vaivém esteve atracado durante a missão.

Essa situação de recurso não poderia, no entanto, exceder os 30 dias, já que a estação não dispõe de mantimentos e oxigénio para mais, com uma "população" quatro vezes superior à que habitualmente suporta.

Nesse intervalo de tempo, a agência espacial norte-americana teria de preparar e realizar um segundo lançamento para uma operação de resgate. Essa missão, que seria muito arriscada, sobretudo depois de se ter percebido que os problemas de segurança não estão resolvidos, foi preparada ao longo dos últimos meses. Em terra, o Atlantis ficou a postos para o que desse e viesse.

A utilização das naves russas Soyuz, que só transportam três astronautas de cada vez, para resgatar uma tripulação "presa" em órbita, seria sempre uma alternativa remota.

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