Nasa lança novo caçador de exoplanetas

Lançamento está marcado para esta noite. Tess vai ficar em órbita dois anos
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A Nasa vai lançar esta segunda-feira à noite o novo caçador de exoplanetas. A mais ambiciosa caça aos planetas tem início marcado para as 23:32, hora de Lisboa, 18:32, na Florida (Cabo Canaveral), local onde vai ser lançado o Tess.

O Transiting Exoplanet Survey Satellite (Tess, como é abreviado) vai chegar ao espaço à boleia do Falcon 9, o foguetão da SpaceX, de Elon Musk, que se estreia nestas missões, já que só obteve autorização para tal em fevereiro. O lançamento pode ser acompanhado em direto na página da Nasa, a agência espacial norte-americana.

O telescópio, que custou 161 milhões de euros (200 milhões de dólares), vai estar dois anos em órbita fazendo uma elipse à volta da Terra que nunca foi tentada. O Tess vai balançar tão longe quanto a Lua, enquanto vasculha os céus em busca de planetas fora do sistema solar (exoplanetas). A sua órbita vai demorar 14 dias a estar completa. Vai ser quando passar junto de Terra que vai emitir os dados recolhidos na parte mais distante da sua órbita. Os primeiros dados devem chegar no final do ano. E é aí que entra em missão um português: Tiago Campante do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço. Esteve envolvido na escolha das estrelas-alvo que o telescópio vai estudar.

O novo satélite pretende ser um passo em frente em relação à sonda Kepler - lançada em 2009 e que deixou de funcionar corretamente em 2013 - que permitiu identificar só no mês passado mais de 2300 exoplanetas, enquanto um número semelhante aguarda confirmação.

Atendendo à atividade da Kepler, os astrónomos acreditam que a Via Láctea pode ser a casa de pelo menos dois mil milhões de planetas potencialmente habitáveis, ou seja, não são nem demasiado quentes nem demasiado frios para sustentar a existência de água no estado líquido. No entanto, esta sonda vê apenas uma parte do céu e muitas das estrelas que estuda pouco brilhantes para permitir que os astrónomos possam estudar os planetas que as orbitam.

Na sua missão de dois anos, o Tess vai poder observar 200 mil das mais brilhantes estrelas. A maioria a mais de 300 anos-luz de distância. Tal como a Kepler, o telescópio Tess vai estar programado para identificar planetas que possam suportar vida.

De acordo com o The Guardian, os cientistas da missão esperam encontrar 500 planetas do tamanho da Terra e talvez 20 mil novos mundos, no total. Depois caberá aos telescópios na Terra e aos que vão ser lançados no espaço um olhar mais aproximado a esses planetas de forma a identificar se podem ou não suportar vida, como a que conhecemos.

Se a missão do Tess começa esta noite ou não - há uma janela de lançamentos que vai até junho - tudo vai depender das condições atmosféricas e da não-existência de entraves técnicos. A Nasa mostra que no Cabo Canaveral está tudo a postos para o lançamento desta noite.

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