Não há duas pessoas com o mesmo olfato
Têm o poder de desencadear memórias de infância, de nos fazer apaixonar por um sítio ou uma pessoa, ou de nos levar a fugir a sete pés de um lugar. Mas os cheiros - agradáveis, neutros, francamente maus, intensos e inesquecíveis ou apenas fugazes - têm uma grande dose de subjetividade porque não são percebidos da mesma forma por cada um de nós. Quem o diz é um grupo de investigadores liderado por Hiroaki Matsunami, da Universidade de Duke, nos Estados Unidos.
Segundo o estudo que a equipa publicou este mês na Nature Neuroscience, há uma variação genética considerável nas populações humanas quanto aos recetores olfativos e por causa disso cada um de nós vive no seu universo muito particular de cheiros e aromas.
Numa experiência em que testaram cada um dos diferentes recetores individualmente, face a 73 moléculas diferentes, correspondentes a outros tantos cheiros, os investigadores conseguiram identificar 28 novas variantes de recetores que respondem pelo menos a uma das moléculas utilizadas.
Usando um modelo matemático, a equipa calculou que existe entre cada dois indivíduos uma variação nos recetores olfativos da ordem dos 30%, o que significa que cada um nós vive num mundo de aromas e odores muito próprio.