Na boa e alegre tradição dos petiscos lisboetas
Logo à entrada, os odores escondidos atrás de cada porta, anunciam a azáfama dos tachos e frigideiras a serem remexidos por aprendizes de cozinheiros. A cozinha da Escola de Hotelaria e Turismo das Olaias preparava-se para um almoço temático que marcou o início do ano lectivo 2002/2004. Alunos e professores trabalharam o tema «Lisboa: uma cidade...7 símbolos», fazendo uma pesquisa ao longo da história das «verdadeiras tradições lisboetas». Ana Correia, coordenadora pedagógica da escola, considera «essencial que seja dado a conhecer aos alunos os costumes lisboetas», visto muitos destes serem de outros pontos do País e «não terem conhecimento dos pratos que eternizaram Lisboa». Os alunos, vestidos de saloios, varinas, homens das castanhas, confundiram-se entre os convidados, dando ao ambiente entoações de festa. «Castanhas frescas, quentinhas!» iam sendo anunciadas por um homem das castanhas que tinha pedido ao irmão o chapéu emprestado. No restaurante Aplicação, do Inftur (Instituto de Formação Turística), foram servidos capilés ou «bebida da avózinha» e Manhattans, antecipando o almoço buffet. Tendo como pano de fundo uma projecção de imagens dos locais mais emblemáticos de Lisboa, os presentes deliciaram-se com as iscas com elas, o bacalhau à lisbonense e os pipis.
Santo António com a Bíblia discursando sobre os benefícios da fé foi o pretexto para ser aberta a mesa dos doces, entre eles toucinho do céu e farófias. Chamando a atenção para o eléctrico esculpido em gelo no centro da sala, os alunos mostravam-se satisfeitos com o produto final. «Aprendi muita coisa sobre esta cidade, que desconhecia», diz Vasco, aluno do 2.ºano. Clara Freitas, directora da escola, enfatizou a importância deste tipo de eventos para «apurar as técnicas de comunicação dos alunos».