Mutismo pode ser sinal de esquizofrenia

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O silêncio do misterioso pianista encontrado no dia 7 de Abril a vaguear na cidade portuária de Kent, no Reino Unido, parece ainda longe de ser explicado. Vários especialistas têm avançado possíveis hipóteses para justificar o estado psicológico do homem que desde a data em que foi descoberto pelas autoridades britânicas tem reduzido a sua comunicação às músicas que interpreta no piano. Amnésia ou stress pós-traumático são algumas das hipóteses avançadas mas, para Maria Luísa Figueira, presidente do Colégio de Psiquiatria da Ordem dos Médicos, "o mais provável é que se trate de um caso de mutismo", decorrente de um certo tipo de psicose. Embora sublinhando que "é impossível traçar um diagnóstico à distância", Maria Luísa Figueira considera pouco provável que se trate de uma amnésia, primeiro pelo tempo que já decorreu desde que foi encontrado e, depois, porque "ele não diz que não se lembra, simplesmente não fala". Contactada pelo DN, a médica explica que o mutismo do misterioso artista "pode resultar, por exemplo, de um surto relacionado com uma psicose de tipo esquizofrénico e catatónico". O comportamento do músico - assustado, apenas acalma quando toca ao piano - corrobora esta hipótese, ao sugerir a eventual presença de ideias de perseguição e negativismo. O stress pós-traumático não é para a médica uma das hipóteses mais plausíveis, já que o pianista não foi encontrado num cenário suficientemente grave. A sua história permanece "um mistério". Sofia Jesus

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