Mutante Rita Lee canta amor, sexo e poesia

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Concerto. O regresso da cantora a Portugal

Espectáculo está marcado para o Coliseu dos Recreios, em Lisboa

Há algum tempo que Rita Lee não visitava Portugal e a recusa em participar na digressão do ano passado dos Mutantes também não serviu para matar saudades.

Na bagagem, traz as canções que quem já adquiriu bilhete ou está em vias de o fazer e quer ouvir e também raridades que não costuma levar ao palco. O comunicado que apresenta a digressão Picnic garante ainda que há dois inéditos preparados no novo espectáculo. Rita Lee vem acompanhada das guitarras e vozes de Roberto de Carvalho e do seu filho Beto Lee. Brenno Giuliano, no baixo, Edu Salvitti, na bateria, Allex Bessa, nos teclados completam a banda. Débora Reis e Rita Kfouri tratam dos coros. A direcção musical é de Roberto de Carvalho.

Rita Lee tem uma história de mais de 40 anos na música atrás de si. Tudo começou em 1966 quando formou Os Mutantes com Arnaldo Baptista e Sérgio Dias. Apenas um ano depois, já acompanhavam Gilberto Gil e na III Festival de Música Popular Brasileira (TV Record). Sem saberem, estavam a escrever uma das mais importantes histórias do psicadelismo, ao ponto de terem sido "forçados" a voltar ao activo no ano passado.

Os Mutantes foram elogiados um pouco por todo o mundo durante o primeiro episódio de vida. Gravaram seis discos, mas o divórcio entre Rita Lee e a banda tornou-se inevitável quando o psicadelismo foi substituído pelo interesse por rock progressivo. A cantora entrou em depressão, mas a recuperação não demorou. Rita formou com a amiga Lúcia Turn- bull uma dupla de glam, As Cilibrinas do Éden, cuja única gravação, ao vivo, no festival Phono 73, nunca foi editada.

Desistiram da ideia e formaram a banda Tutti-frutti. Em 1976, conheceu o músico carioca Roberto de Carvalho, com quem iniciou uma parceria musical e amorosa de sucesso, que ainda hoje subsiste. Com ele, Rita dá à luz ao seu primeiro filho, Beto Lee, em 1977, seguido por João, em 1979, e Antonio, em 1981. Desde então, nunca mais deixou de ser uma das cantoras mais populares no Brasil.

Prova da sua irreverência é a ligação próxima que manteve com o universo das drogas durante muito tempo. Experimentou mescalina e LSD no final dos anos 60 e, em Agosto de 1976, durante a sua primeira gravidez, foi presa por posse de maconha. Na década de 80, foi internada numa clínica de reabilitação devido a problemas com drogas e a uma crise de stress. Em 1995, pouco antes de abrir o primeiro concerto de sempre dos Rolling Stones em solo brasileiro, deu entrada no hospital com uma overdose.|

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