Museu de Arte Antiga vai testar um novo modelo de gestão
O responsável pela tutela falava perante os deputados da comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, acompanhado pelo secretário de Estado da Cultura, Miguel Honrado.
Tal como na reunião parlamentar em junho, o ministro disse que o novo estatuto jurídico "está ainda a ser estudado, mas não será um exclusivo do Museu de Arte Antiga, e será estendido a outros organismos da cultura".
Luís Filipe Castro Mendes precisou hoje, perante os deputados, que "esse modelo será experimentado no Museu de Arte Antiga, que vai servir de teste, porque tem atualmente uma gestão extraordinária".
O ministro não indicou pormenores sobre o novo modelo, reafirmando apenas que não será uma empresa pública nem uma fundação.
A criação de um estatuto especial para o MNAA, anunciada no mês passado pelo ministro, suscitou alguma polémica no meio, nomeadamente com a opinião crítica do ex-diretor-geral do Património Cultural, Nuno Vassallo e Silva, que levantou dúvidas num artigo recente, publicado no jornal Público.
"Estamos abertos ao debate sobre as questões", comentou o ministro, perante dúvidas também levantadas pelos deputados.
A direção do MNAA, liderada por António Filipe Pimental, vem reclamando mais autonomia na gestão do museu, visitado por cerca de 140 mil pessoas em 2015 (dados da Direção Geral do Património). No mesmo sentido foi a intervenção do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na sua mais recente visita ao museu, por ocasião da campanha "Vamos pôr o Sequeira no Lugar Certo".
Criado em 1884, o MNAA acolhe a mais relevante coleção pública de arte antiga do país, em pintura, escultura, artes decorativas portuguesas, europeias e da Expansão Marítima Portuguesa, desde a Idade Média até ao século XIX, incluindo o maior número de obras classificadas como tesouros nacionais.
Devido aos constrangimentos financeiros no setor, nos últimos anos, a direção do MNAA tem vindo a realizar parcerias com privados para a apresentação de exposições.