Municípios perdem 30% da água em roturas e consumos por cobrar

"Uma parte substancial das entidades gestoras não sabe quanto custa a água ou quanto perdem", diz o presidente da ERSAR, Orlando Borges
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Os municípios perderam no ano passado 164 milhões de metros cúbicos de água pelos "buracos" da rede, ou seja, 450 mil metros cúbicos por dia, e forneceram 77 milhões de metros cúbicos sem cobrar. Segundo a base de dados da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR) e o último relatório anual dos serviços de águas e resíduos de 2016, com dados de 2015 - citados pelo jornal Público - as roturas e os consumos não cobrados representam perdas de 30% para as redes municipais das de água.

Para o presidente da ERSAR, Orlando Borges, falta investimento, cobrança de tarifas e conhecimento especializado ao nível das redes municipais. "Uma parte substancial das entidades gestoras não sabe quanto custa a água ou quanto perdem", disse ao Público o responsável, que aponta ainda para situações "muito complicadas" por falta de investimento nas infraestruturas.

Orlando Borges diz que 66,6 mil quilómetros de rede, dos mais de 100 mil quilómetros, têm mais de dez anos, quando os indicadores internacionais aconselham a fazer reabilitação a cada cinco anos, no mínimo de 1% da rede ao ano.

O regulador diz que há problemas que explicam a falta de investimento nas redes dos municípios: há entidades que não cobram água e outras têm preços simbólicos, o que quer dizer que grande parte não recupera os custos.

Oitenta milhões de metros cúbicos de água para consumo público vão ainda para lavagens de estradas e regas, funções dos próprios serviços municipais.

Ao todo, são 256 as entidades que garantem o abastecimento da rede em baixa, aquela que é distribuída dentro dos municípios, divididas entre gestão direta das autarquias e concessões, algumas multimunicipais.

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