Mundial de Clubes começa hoje com um português a torcer por fora
A edição de 2018 do Mundial de Clubes tem início esta quarta-feira nos Emirados Árabes Unidos, nas cidades de Abu Dhabi e Al Ain, e o primeiro jogo é já esta tarde (15.30) entre o anfitrião Al Ain (do português Rúben Ribeiro) e os neozelandezes do Team Wellington, partida que dá acesso a um lugar nos quartos-de-final. As outras equipas em prova são Real Madrid, River Plate, Espérance de Tunis, Kashima Antlers e o Chivas de Guadalajara.
Esta competição da FIFA disputa-se no final de cada ano civil e junta os clubes campeões de todas as seis confederações continentais: CONMEBOL (América do Sul), CONCACAF (América do Norte, Central e Caribe), UEFA (Europa), CAF (África), AFC (Ásia) e OFC (Oceânia), além do representante do país-sede (o vencedor do campeonato nacional do país organizador).
De acordo com as regras, os campeões da América do Sul (River Plate) e da Europa (Real Madrid) têm vaga assegurada nas meias-finais da competição. Os campeões da Ásia, África, Oceânia e América do Norte e Central, mais a equipa local, jogam entre si para saber quem irá defrontar os dois principais clubes da competição. Historicamente, é comum a final ser decidida pelo campeão americano e europeu. Ou seja, é muito provável que o jogo decisivo seja um Real Madrid-River Plate - a última vez que os sul-americanos ganharam aos europeus foi em 2012, quando o Corinthians bateu o Chelsea.
Entre as seis equipas presentes, existe apenas um futebolista português: Rúben Ribeiro, um dos jogadores que rescindiu contrato com o Sporting após os ataques à Academia de Alcochete e que, em outubro, assinou pelo Al Ain. Só que o ex-leão não vai poder jogar e nem sequer consta da lista que o clube árabe enviou para a FIFA com os jogadores inscritos na competição.
Nos atuais moldes e sob a designação de Mundial de Clubes (sucedeu à Taça Intercontinental, disputada entre 1960 e 2004), a prova foi sempre ganha por equipas europeias ou sul-americanas, apesar de na final de 2016 os japoneses do Kashima Antlers terem estado a um pequeno passo de fazer história - foram derrotados pelo Real Madrid por 4-2... mas só no prolongamento.
O Real Madrid, aliás, pode tornar-se este ano no primeiro clube a conseguir vencer o Mundial de Clubes três vezes consecutivas, depois dos triunfos nas edições de 2016 e 2017. Os merengues, contabilizando com a Taça Intercontinental, já ganharam esta competição seis vezes.
CALENDÁRIO DA PROVA
Quarta-feira, 12 de dezembro
1.ª ronda
Jogo 1: Al Ain (EAU)-Team Wellington (NZL), às 15:30
Sábado, 15 de dezembro
2.ª ronda
Jogo 2: Kashima Antlers (JAP)-Chivas (MEX), às 13:00
Jogo 3: Espérance de Tunis (TUN)-Vencedor do Jogo 1, às 16:30
Terça-feira, 18 de dezembro
Quinto e sexto lugares
Jogo 4: Derrotado Jogo 2-Derrotado Jogo 3, às 13:30
Meias-finais
Jogo 5: River Plate (ARG)-Vencedor Jogo 2, às 16:30
Quarta-feira, 19 de dezembro
Meias-finais
Jogo 6: Vencedor Jogo 3-Real Madrid (ESP), às 16:30
Sábado, 22 de dezembro
Terceiro e quarto lugares
Jogo 7: Derrotado Jogo 6-Derrotado Jogo 5, às 13:30
Final
Jogo 8: Vencedor Jogo 6-Vencedor Jogo 5, às 16:30
O FC Porto foi a única equipa portuguesa a conseguir conquistar este troféu, na altura ainda apelidado de Taça Intercontinental (colocava frente a frente o campeão Europeu e o da Libertadores). A primeira vez foi em 1987, no Estádio Olímpico de Tóquio, no Japão, com um triunfo diante do Peñarol (2-1), no prolongamento, num jogo marcado pela neve e decidido com um golo de Madjer (Fernando Gomes marcou o primeiro). A equipa era treinada por Tomislav Ivic e participaram na final jogadores como Mlynarczyk, João Pinto, António Sousa, Jaime Magalhães, André e Rui Barros.
O segundo triunfo aconteceu em 2004, com José Mourinho ao leme da equipa, em Yokohama, no Japão. Os dragões mediram forças na final com os colombianos do Once Caldas, num jogo que foi decidido no desempate por grandes penalidades (8-7 a favor dos portugueses). Coube ao central Pedro Emanuel apontar o último penálti que deu o triunfo aos portistas.
Só em outubro do ano passado, contudo, é que o FC Porto passou a contar no palmarés com dois títulos de campeão mundial de clubes, dado que só nessa data a FIFA reconheceu como campeãs mundiais de clubes "todas as equipas europeias e sul-americanas que venceram a Taça Intercontinental, disputada entre 1960 e 2004".
O Benfica chegou a disputar duas finais, mas saiu derrotado em ambas. A primeira logo na segunda edição, em 1960, quando o jogo era ainda disputado a duas mãos. Os encarnados de Bela Guttmann venceram o Peñarol por 1-0 em Lisboa (golo de Coluna), mas foram goleados por 5-0 em Montevideu e depois por 2-1 no jogo de desempate.
No ano a seguir, o Benfica voltou a marcar presença na final da Taça Intercontinental. O adversário foi o Santos, de Pelé, que acabou por se superiorizar ao Benfica de Eusébio, vencendo no Maracanã por 3-2 (dois golos de Pelé) e no Estádio da Luz por 5-2 (mais três golos de Pelé).