Completar a maratona foi o resultado "possível" para Filomena Costa

Completar a maratona feminina foi o resultado "possível" de Filomena Costa hoje nos Mundiais de atletismo de Londres, que fez com sofrimento devido às mudanças de ritmo sentidas na corrida.
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"O ritmo que eu pensava era por volta dos 3.30 [minutos por quilómetro], mas hoje era um dia que estava bastante vento e também tinha de me proteger um bocadinho, por isso é que optei por ir em grupo, é mais fácil", declarou no final da prova, já no hotel.

A atleta concluiu a maratona em 02:36.42 horas, no 28.º lugar, e, a certa altura, teve de ser carregada em braços pelo colega Ricardo Ribas devido às dores musculares, que atribuiu ao esforço feito para continuar a acompanhar outras atletas e às variações de velocidade.

A prova, descreveu, "foi muito inconstante: ninguém queria puxar, estavam a controlar-se umas às outras e elas conseguem adaptar-se às mudanças de ritmo".

Filomena Costa confessa que pensou baixar os braços perto dos 40 quilómetros, já muito perto da chegada.

"Estas mudanças de ritmo... é complicado nós gerirmos e é isso que nos afeta. Na parte final acabámos por sofrer e sofrer muito e hoje foi dia de sofrer. A minha grande vitória foi mesmo chegar ao final porque foi muito complicado, pelo menos a partir dos 35 quilómetros", revelou.

Quem não conseguiu resistir foi a colega Sara Catarina Ribeiro, que chegou a liderar a corrida durante os primeiros 10 quilómetros, mas depois desistiu antes de passar os 20 quilómetros.

Para Filomena Costa, cuja melhor marca pessoal é 2:28.00, o objetivo para estes Mundiais era ficar entre as 18 primeiras e terminar abaixo das 3:30, mas não conseguiu.

"Nem é a marca nem é o lugar que eu desejava, ambicionava muito mais, tinha outro tipo de objetivo, mas, como eu digo, [o possível] foi chegar ao final", explicou, antes de acrescentar, de voz embargada e lágrimas nos olhos: "Treinei para isto e, para mim, a grande vitória foi chegar ao final e eu devia isso a mim própria".

Rose Chelimo, do Bahrein, sagrou-se hoje campeã do mundo da maratona, em Londres, impondo-se à queniana Edna Kiplagat e à norte-americana Amy Cragg, segunda e terceira classificadas.

Rose Chelimo, oitava no Rio2016, cumpriu os 42,195 quilómetros em 02:27.11 horas, naquele que foi o seu melhor registo do ano, deixando a sete segundos Kiplagat, campeã do mundo em 2011 e 2013.

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