Multa e meses sem carta para ciclista com 3,32 de álcool
A petiscada com os amigos foi prolongada. "Sim, bebi uns copos, dr. juiz", confessou ontem. Quando pegou na bicicleta, naquela noite de quinta-feira, para percorrer pouco mais de 1800 metros até casa, na Tocha (Cantanhede), Hermes Hélder foi contra um carro parado. "A coisa prolongou-se entre os amigos, resolvi ir até casa na bicicleta, faltavam 800 metros... e deu-se o embate no espelho de uma viatura.. Accionada a patrulha da GNR, Hermes acusou 3,32 g/l de sangue.
"Andava com os nervos e aconteceu, bebi vinho tinto, bebi uns copos, foi talvez o desequilíbrio, normalmente costumo ir de bicicleta, não fazia ideia...", confessou ontem ao tribunal. Era 25 de Fevereiro, 21.14, crime: condução de veículo em estado de embriaguês. É o que consta nos autos.
Ontem, o arguido, Hermes Hélder, que em Agosto completará 52 anos, confessou o crime na sala de audiências do 1.º Juízo do Tribunal de Cantanhede. Solteiro, carpinteiro desempregado, "vivo de coisitas de agricultura, crio uns vitelos...", Hermes Hélder, que vive com a mãe de 77 anos, teve, ontem à tarde, dois amigos de longa data como testemunhas de defesa.
José Cavaleiro (vigilante, 53 anos) e José Giraldo (canalizador desempregado, 46 anos) lembraram o petisco daquela noite, acentuando que Hermes Hélder é homem de bem, acentuando, ambos, que ele se prontificou logo a pa- gar os prejuízos que causou na viatura.
O juiz, perante a confissão do arguido, prescindiu do depoimento dos militares da GNR. Antes da sentença, repreendeu o ciclista: "A estrada não é o pátio da nossa casa. Faça as farras com os amigos, à vontade, mas conduzir é que não."
Foi condenado a uma pena de multa de 30 dias, à taxa diária de sete euros (210 euros, no total), e fica proibido de conduzir veículos motorizados, durante três meses.
O ciclista vai, pois, entregar a carta de condução. Porém, apurou o DN, ele só usa bicicleta.